(Reuters) - O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), destacou neste sábado a necessidade de um "pacto pela governabilidade" entre os três Poderes no Brasil para aprovação de projetos importantes, como a reforma da Previdência, e que o Executivo e o Legislativo devem trabalhar juntos.
As declarações foram dadas logo após almoço na residência oficial do presidente da Câmara, em Brasília (DF), que contou com as presenças do presidente Jair Bolsonaro, do presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), e do presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Dias Toffoli, além de ministros do governo.
"O que estamos construindo é a forma como os Poderes podem dialogar melhor, pactuar uma relação de governabilidade para o Brasil, porque no sistema democrático todos governam juntos... A construção de um pacto político... se faz conversando, com diálogo... É importante que possamos estar dialogando... Todos nós temos o mesmo objetivo, garantir nossa democracia, a harmonia entre os Poderes", disse Maia a jornalistas.
Para Maia, eventuais trocas de cargos por apoio à reforma da Previdência seriam uma forma de fortalecer a governabilidade, já que "o governo é construído pelo Legislativo e Executivo".
A reforma da Previdência é umas das principais bandeiras do governo Bolsonaro, mas o apoio para sua aprovação pelo Congresso ainda está em formação.
Maia disse esperar que o governo consiga organizar sua base em "duas ou três semanas" para, então, se buscar a maioria para poder levar a reforma da Previdência ao plenário da Câmara "até o final de maio".
Em paralelo, Maia defendeu que os três Poderes precisam se respeitar e teceu duras críticas a ameaças dirigidas sobretudo ao STF.
"Acho que esse respeito entre os Poderes é muito importante. Não foi o que a gente viu nas últimas semanas, principalmente em relação ao Supremo Tribunal Federal. Isso é muito grave, e acho que é muito importante que a gente, mesmo tendo alguma divergência em alguma posição, que a gente respeite a decisão dos Poderes", disse.
Nesta semana, o presidente do Supremo instaurou um inquérito criminal para apurar a existência de notícias falsas, denunciações caluniosas e ameaças e crimes contra a honra envolvendo os ministros da corte e familiares deles.
(Por José Roberto Gomes, em São Paulo)