LIMA (Reuters) - A maioria dos peruanos considera que o Congresso, dominado pela oposição, deve outorgar poderes especiais ao presidente Pedro Pablo Kuczynski para que ele aprove leis que impulsionem a economia e combatam a insegurança dos cidadãos, mostrou uma pesquisa divulgada neste domingo.
Kuczynski, um ex-banqueiro de centro direita que assumiu a presidência no final de julho, planeja solicitar antes do final de agosto que o legislativo o autorize a colocar em marcha medidas urgentes que prometeu durante a campanha em que venceu a conservadora Keiko Fujimori, cujo partido controla o Congresso.
Cerca de 86 por cento dos peruanos afirmam que o Congresso deveria dar a Kuczynski essa autorização para temas econômicos, enquanto 93 por cento dizem que ele deveria ter tal liberdade para legislar sobre temas de segurança interna, segundo pesquisa da empresa Ipsos Perú divulgada no jornal El Comercio.
Outros 85 por cento são a favor de um sinal verde do congresso para que o presidente aprove leis que lutem contra a corrupção e 92 por cento para que acelere obras de fornecimento de água potável, um serviço ao qual um terço do país ainda não tem acesso.
A bancada legislativa de Fujimori, filha do ex-presidente Alberto Fujimori, colocou-se contra o planejado pedido de autorizações especiais, que incluem a redução de impostos sobre vendas. Mas o primeiro ministro Fernando Zavala está confiante em convencer os parlamentares do partido Força Popular.
Zavala fará uma apresentação em 18 de agosto no Congresso para expor os planos gerais do governo de Kuczynski e depois solicitará ao parlamento que aprove os poderes especiais.
Kuczynski, de 77 anos, iniciou um mandato de cinco anos com forte apoio popular a sua gestão e seu peculiar estilo como presidente-- ele costuma quebrar o protocolo com danças, piadas e risadas. Ele até mesmo impôs em seu gabinete uma regra que prevê a realização de exercícios físicos antes de uma reunião semanal.
Segundo o Ipsos, a popularidade do presidente avançou 5 pontos percentuais em agosto ante o mês anterior, para 61 por cento. A pesquisa foi realizada entre 10 e 12 de agosto e entrevistou 1.245 pessoas. A margem de erro é de 2,8 pontos percentuais para mais ou para menos.
(Por Marco Aquino)
(Por Luciano Costa)