Por A. Ananthalakshmi e Rozanna Latiff
KUALA LUMPUR (Reuters) - A Malásia irá deportar um norte-coreano detido por suspeita de ligação com o assassinato de Kim Jong Nam e cancelar a isenção de vistos para todos os cidadãos da Coreia do Norte, à medida que os laços entre os dois países se desgastaram após o crime cometido no aeroporto internacional de Kuala Lumpur.
A relação entre a Malásia e a Coreia do Norte azedou desde que o meio-irmão afastado do líder norte-coreano, Kim Jung Un, foi morto duas semanas atrás com o agente químico altamente tóxico VX.
A inteligência da Coreia do Sul e autoridades dos Estados Unidos afirmam que o assassinato foi organizado por agentes norte-coreanos, embora os únicos suspeitos acusados no caso até agora sejam uma indonésia e uma vietnamita.
A polícia também tem um norte-coreano sob custódia e quer interrogar sete outros, entre eles uma autoridade de alto escalão da embaixada da Coreia do Norte em Kuala Lumpur.
Mas o norte-coreano detido, Ri Jong Chol, será deportado na sexta-feira, já que não há provas suficientes para acusá-lo, informou o procurador-geral malaio, Mohamed Apandi Ali, à Reuters em uma mensagem de texto nesta quinta-feira.
Ri foi preso em Kuala Lumpur no dia 17 de fevereiro com um visto de trabalho que havia vencido 11 dias antes. Não ficou claro que papel Ri é suspeito de ter desempenhado.
Imagens de câmeras de segurança mostraram duas mulheres atacando Kim Jong Nam no aeroporto quando ele esperava para embarcar em um voo para Macau, onde estava morando com a família sob proteção chinesa.
A polícia malaia diz que elas esfregaram gás VX, um agente químico classificado pela Organização das Nações Unidas (ONU) como uma arma de destruição em massa, em seu rosto e que Kim morreu 20 minutos depois.
Pyongyang, que não reconheceu que o morto é Kim Jong Nam, disse nesta quinta-feira existirem fortes indícios de que um infarto matou o cidadão norte-coreano.
Falando a repórteres diante da embaixada na capital malaia, o ex-vice-embaixador norte-coreano na ONU, Ri Tong Il, questionou o suposto uso de gás VX, dizendo que amostras deveriam ser enviadas à Organização para a Proibição de Armas Químicas (Opaq).