SÃO PAULO (Reuters) - O mercado manteve as expectativas de que a taxa básica de juros será reduzida a 7 por cento neste ano e ficará neste patamar em 2018, após o Banco Central deixar a porta aberta para novo corte no início do próximo ano, mostrou a pesquisa Focus divulgada nesta segunda-feira.
O Top-5, grupo que mais acerta as previsões, também não mudou suas estimativas para a Selic, a 7 por cento em 2017 e 2018.
Na semana passada, o BC desacelerou o passo e reduziu a taxa básica de juros em 0,75 ponto percentual, a 7,5 por cento ao ano, deixando a porta aberta para novos e menos intensos cortes à frente.
Em seu comunicado da decisão, retirou a menção ao "encerramento gradual do ciclo" de afrouxamento, fazendo parte dos analistas entender que o BC pode dar apenas mais um corte em dezembro e parar seu movimento de ajuste. Mas outros entenderam que ele pode continuar e reduzir mais a Selic em fevereiro.
Por isso, a publicação da ata do Copom, na terça-feira, era bastante aguardada pelos especialistas. Os contratos futuros de juros chegam a precificar apostas de corte no início de 2018.
O Focus mostrou ainda que os especialistas elevaram pela segunda vez seguida a expectativa para o dólar depois de ter batido a casa de 3,30 reais na semana passada. Agora, a projeção que é termine este ano a 3,19 reais, contra 3,16 reais na semana anterior. Para 2018 a expectativa permaneceu em 3,30 reais.
Na semana passada, o dólar acumulou valorização de 1,70 por cento, maior alta semanal desde meados de maio, quando veio à tona a delação de executivos da JBS (SA:JBSS3), que atingiu em cheio o governo do presidente Michel Temer.
Já a alta do IPCA em 2017 foi calculada no Focus agora em 3,08 por cento, sobre 3,06 por cento no levantamento anterior. Para 2018 não houve ajuste e a inflação continua sendo vista em 4,02 por cento.
A meta de inflação para ambos os anos é de 4,5 por cento com margem de tolerância de 1,5 ponto percentual.
A projeção para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) permaneceu em 0,73 por cento para 2017 e em 2,5 por cento para 2018.
(Por Camila Moreira)