SÃO PAULO (Reuters) - A previsão para o déficit primário do governo central (governo federal, Previdência Social e Banco Central) em 2017 cresceu de forma intensa segundo especialistas consultados pelo Ministério da Fazenda, que ainda pioraram suas contas para o rombo deste ano e passaram a ver diminuição na arrecadação federal.
O relatório Prisma Fiscal divulgado nesta quinta-feira mostrou que as projeções apontam agora para déficit primário em 2017 de 71,329 bilhões de reais, sob o mês de referência de fevereiro, quase 70 por cento a mais do que os 42,085 bilhões de reais projetados na pesquisa do mês anterior.
Para 2016, a estimativa agora é de rombo fiscal de 79,473 bilhões de reais, ante 70,752 bilhões de reais.
A meta oficial é de superávit primário --economia feita para pagamento de juros da dívida pública-- de 24 bilhões de reais para o governo central neste ano e de 6,554 bilhões de reais para Estados e municípios, chegando a superávit primário consolidado de 30,6 bilhões de reais.
No entanto, o governo anunciou em fevereiro propostas que abrem espaço para novo déficit primário em 2016 no caso de frustração de receitas.
A deterioração da arrecadação federal vai afetar os desempenhos nos dois anos. Para 2016, os economistas consultados pelo Ministério da Fazenda veem agora a arrecadação somando 1,286 trilhão de reais, frente a 1,294 trilhão de reais no mês passado. A projeção para 2017 passou a 1,388 trilhão de reais, após 1,390 trilhão de reais em pesquisa anterior.
Em relação à dívida bruta, a expectativa para este ano foi a 74,15 por cento do Produto Interno Bruto (PIB), após 73,99 por cento do PIB na estimativa anterior. Para o próximo ano, a previsão passou a 78,75 por cento, ante 78,50 por cento.
O Prisma Fiscal faz coleta mensal de expectativas de mercado para variáveis fiscais.
(Por Camila Moreira)