BRUXELAS (Reuters) - O ministro italiano das Finanças, Giovanni Tria, sinalizou nesta segunda-feira estar aberto a aumento de impostos sobre vendas no próximo ano para favorecer o crescimento e reduzir encargos trabalhistas, num gesto conciliatório para com a Europa, mas que pode causar problemas internamente.
Na semana passada, a Itália evitou um procedimento disciplinar da União Europeia (UE) por causa de sua grande dívida. Foi a segunda vez em seis meses que o país conseguiu escapar dessa censura. O governo ofereceu melhora das finanças públicas neste ano e compromissos para o próximo.
A Comissão Europeia, responsável por monitorar as políticas fiscais dos países da UE, informou na semana passada que continuará observando de perto os planos da Itália para 2020, quando o déficit do país pode subir consideravelmente se o aumento planejado dos impostos sobre vendas for abortado.
Os dois partidos que apoiam a administração eurocética --Movimento 5 Estrelas e Liga-- têm repetidamente rejeitado esse aumento de impostos. Mas, durante reunião entre ministros de Finanças da zona do euro nesta segunda-feira, Tria sugeriu estar aberto a essa forma de elevação de tributos.
"Acredito que a taxação deve ser reequilibrada pela redução das contribuições diretas em favor dos impostos indiretos", disse ele, acrescentando que isso beneficiaria o crescimento, já que reduziria os custos trabalhistas.
Contudo, num sinal de quão sensível é a questão na Itália, Tria se recusou a responder a uma pergunta específica sobre como o aumento das taxas de vendas deveria ser feito.
(Reportagem de Francesco Guarascio)