PARIS/ISTAMBUL(Reuters) - As sanções comerciais contra a Turquia poderiam desestabilizar a região e, em última análise, impulsionar o terrorismo regional e a crise dos refugiados, disse o ministro turco das Finanças, Berat Albayrak, nesta segunda-feira.
Em uma entrevista após se reunir com sua contraparte da França, Bruno Le Maire, em Paris, Albayrak aproveitou a oportunidade para mirar nos Estados Unidos e destacar o esforço do governo turco por melhores laços com a Europa, dada a profunda discussão com Washington.
O impasse com os Estados Unidos sobre um pastor cristão evangélico norte-americano detido na Turquia por acusações de terrorismo ajudou a acelerar uma crise na lira turca, que caiu cerca de 40 por cento este ano. O presidente dos EUA, Donald Trump, autorizou este mês a duplicação dos impostos sobre o alumínio e o aço importados da Turquia.
Investidores também estão preocupados sobre uma investigação do Tesouro norte-americano sobre o banco turco de maioria estatal Halbank (IS:HALKB), que enfrenta uma multa potencialmente pesada por alegações de sanções contra o Irã. O banco disse que todas as transações foram legais.
"Estas medidas tomadas com motivação política não só terão impacto no sistema financeiro global, mas também no comércio global e estabilidade regional", disse Albayrak, genro do presidente turco, Tayyip Erdogan.
"Com o estrago (que os passos) causarão para a estabilidade regional, eles infelizmente contribuirão para problemas caóticos que alimentam o terrorismo e também a crise de refugiados."
Albayrak disse que a Turquia quer levar suas relações com a União Europeia para uma nova fase em que o comércio com o bloco é mais importante.
Recentes medidas unilaterais tomadas pelos Estados Unidos mostraram que as relações entre a Turquia e a UE, especificamente a França, são mais importantes do que nunca, afirmou.
Albayrak também disse que a França e a Turquia compartilham a mesma posição contra as decisões unilaterais dos Estados Unidos em relação ao Irã, e que eles decidiram tomar medidas conjuntas a esse respeito.
(Por Leigh Thomas e Ali Kucukgocmen)