O ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto pediu hoje (26) ao juiz federal Sérgio Moro absolvição em uma das ações penais da Operação Lava Jato. Na petição, os advogados afirmam que Vaccari não teve participação em contratos firmados com a Petrobras (SA:PETR4) para quitar empréstimo do PT com o Banco Schahin.
O processo envolve mais 11 réus, entre eles o pecuarista José Carlos Bumlai. Vaccari e Bumlai estão presos no Complexo Médico-Penal, na região metropolitana de Curitiba.
Para a defesa, não há vínculo entre João Vaccari Neto e o PT na operação bancáriaArquivo/Marcelo Camargo/Agência Brasil
Segundo denúncia apresentada pelo Ministério Público Federal (MPF), o empréstimo de R$ 12 milhões se destinava ao PT e foi pago mediante a contratação da Schahin como operadora do navio-sonda Vitória 10.000, da Petrobras, em 2009.
Na defesa encaminhada nesta terça-feira ao juiz, os advogados informaram que o contrato de operação do navio-sonda foi assinado um ano antes de Vaccari tomar posse como tesoureiro do partido.
Para a defesa, não há nenhum vínculo entre Vaccari e o PT na operação bancária. Além disso, os advogados ressaltaram que o empresário Fernando Soares, conhecido como Fernando Baiano, um dos delatores da Lava Jato, afastou a participação do ex-tesoureiro na operação.
“Percebe-se que, pelas palavras do próprio delator Fernando Soares, não foi dele a ideia de se incluir a Schahin na negociação envolvendo o navio sonda Vitória 10.000, ou seja, impossível que o acusado Vaccari tivesse qualquer ingerência na formulação de tal operação”, concluiu a defesa.
Na mesma ação penal também são réus Maurício de Barros Bumlai e Cristine Barbosa Bumlai, filho e nora do pecuarista, os ex-diretores da Petrobras Nestor Ceveró, Jorge Zelada e Eduardo Musa, além dos empresários Fernando Schahin, Milton Taufic Schahin e Salim Taufic Schahin, ligados à Construtora Schain.
Por ter delatado a suposta irregularidade na contratação do navio-sonda pela Petrobras, a defesa de Fernando Baiano pediu ontem (25) perdão judicial ao juiz Sergio Moro. Segundo a defesa, a colaboração de Baiano foi fundamental para produção de provas da denúncia.