SÃO PAULO (Reuters) - A Petrobras apresentou nesta quarta-feira a declaração de comercialidade das áreas de Sul de Guará, Nordeste de Tupi e Florim, que integram o contrato da cessão onerosa estabelecido com o governo na época da última capitalização da empresa.
O volume contratado para as três áreas do pré-sal da Bacia de Santos, de 1,214 bilhão de barris de óleo equivalente, foi constatado na fase exploratória, disse a empresa em nota ao mercado.
Os reservatórios do pré-sal das áreas têm óleo de boa qualidade, segundo a Petrobras, entre 26 e 29 graus API, acrescentou a petroleira, que apresentou a declaração de comercialidade à Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP).
Na proposta encaminhada à ANP, os nomes sugeridos para os novos campos foram Sul de Sapinhoá (Sul de Guará), Sépia (Nordeste de Tupi) e Itapu (Florim).
Durante a execução do Plano Exploratório Obrigatório, a Petrobras adquiriu dados sísmicos 3D em todas as áreas, perfurou três poços obrigatórios e dois poços adicionais, com o objetivo de delimitar e caracterizar os reservatórios das jazidas.
Além disso, disse a empresa, foram realizados três testes de formação e um teste de longa duração para avaliar a produtividade dos reservatórios.
DATA DE PRODUÇÃO EM REVISÃO
Em seu Plano de Negócios 2014-2018, a Petrobras havia dito que as áreas de Nordeste de Tupi e Florim teriam início de produção comercial em 2018 e 2020, respectivamente.
Na nota desta quarta-feira, a empresa afirmou que, com relação a Sul de Guará, informará a data de início de produção quando ocorrer a divulgação do Plano de Negócios e Gestão 2015 -2019.
Mas a empresa afirmou em nota nesta quarta-feira que "as datas mencionadas de entrada em produção destes novos campos estão em revisão e poderão ser alteradas ou confirmadas quando o Plano de Desenvolvimento de cada área for submetido à ANP".
A petroleira informou ainda que, com a declaração de comercialidade das áreas de Sul de Guará, Nordeste de Tupi e Florim, "tem prosseguimento o processo formal de revisão do contrato de cessão onerosa, que será realizado bloco a bloco, levando-se em consideração as premissas técnicas e econômicas de cada área.
A expectativa da empresa é de que a revisão do contrato da cessão onerosa seja concluída em 2015.
Antes disso, a área denominada Entorno de Iara, integrante da cessão onerosa, deve ter sua declaração de comercialidade realizada até dezembro de 2014.
Em setembro de 2010, na última capitalização da estatal, a Petrobras fechou com o governo federal o pagamento de cerca de 75 bilhões de reais pelos 5 bilhões de barris iniciais do contrato de cessão onerosa, que incluiu um total de sete áreas de exploração.
E, mais recentemente, o governo federal decidiu contratar diretamente a Petrobras para explorar o óleo excedente em quatro áreas da chamada cessão onerosa, o que deve garantir à estatal reservas adicionais entre 10 bilhões e 15 bilhões de barris e levar a um desembolso de 15 bilhões de reais em bônus e antecipações.
(Por Roberto Samora)