BRASÍLIA (Reuters) - O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), afirmou nesta quinta-feira que não haverá votação na Casa de projetos que causem grandes impactos nas contas públicas, a chamada "pauta-bomba".
O presidente reiterou, no entanto, que está prevista para a próxima quarta-feira a votação de projeto que altera a indexação da dívida dos Estados, calendário que, ressaltou, já estava acertado para ocorrer após as eleições.
"Não haverá pauta-bomba, nós temos preocupação com o equilíbrio fiscal", disse a jornalistas.
"O que há com relação à troca do indexador apenas é que havia um compromisso de que logo depois das eleições esse projeto, que foi mandado pelo governo, seria apreciado."
Na Câmara, por outro lado, o presidente Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), já havia anunciado sua disposição de votar diversas matérias que podem ter impacto nas contas públicas.
É o caso da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que trata do fim da contribuição dos inativos e outra que aumenta os repasses da União ao Fundo de Participação dos Municípios (FPM), além de concluir a votação da PEC do Orçamento Impositivo, que obriga o governo a liberar de emendas parlamentares individuais.
Renan defendeu a necessidade de " esfriar os ânimos" passadas as eleições e construir uma "convergência", uma "agenda nacional".
"Mas isso não cairá do céu, não. Terá de ser construído por uma boa interlocução", disse. "Definitivamente nós precisamos conversar. Essa interlocução precisará estar mais presente de lado a lado."
(Reportagem de Maria Carolina Marcello)