WASHINGTON (Reuters) - A decisão do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, em permitir as vendas expandidas de recursos tecnológicos dos Estados Unidos para a gigante chinesa de telecomunicações Huawei será aplicada apenas a produtos amplamente disponíveis por todo mundo, deixando os equipamentos mais sensíveis fora dos limites, informou um assessor da Casa Branca neste domingo.
"Tudo que vai acontecer é que o Departamento de Comércio irá conceder algumas licenças adicionais onde há uma disponibilidade geral das partes que a empresa precisa", disse o diretor do Conselho Econômico Nacional, Larry Kudlow, no programa televisivo "Fox News Sunday".
Fabricantes norte-americanas de microchips especialmente "estão vendendo produtos que estão amplamente disponíveis em outros países... essa não é uma anistia geral... as preocupações com a segurança nacional continuarão sendo prioridade".
A suspensão parcial de restrições sobre a Huawei era um elemento chave do acordo atingido no final de semana entre o presidente Donald Trump e o presidente chinês, Xi Jinping, para reabrir as negociações comerciais congeladas entre os dois países.
A medida provocou críticas de senadores norte-americanos de ambos os partidos preocupados com o fato de que a Huawei possui laços próximos com agências de inteligência chinesas que poderiam explorar a distribuição global de sua tecnologia.
"Haverá uma grande reação negativa se isso for uma grande concessão à Huawei", disse o senador Lindsey Graham no programa "Meet the Press".
A Huawei, maior fabricante mundial de equipamentos de telecomunicações e segunda maior fabricante de smartphones, nega que seus produtos apresentem uma ameaça de segurança e busca lutar contra as medidas em tribunais norte-americanos desde que Washington colocou a empresa na lista negra de exportações no mês passado. Kudlow afirma que a designação continuaria.
Segundo Kudlow, as preocupações mais amplas sobre a Huawei serão parte de novas discussões.
O acordo no final de semana "não é a palavra final" no assunto, disse Kudlow.
(Reportagem de Howard Schneider)