Por Roberta Rampton
RIAD (Reuters) - O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, e líderes do Golfo Pérsico iniciaram conversas em Riad nesta quinta-feira durante uma cúpula cujo objetivo é buscar uma ação conjunta a respeito do que se acredita serem ameaças de segurança do Irã e do Estado Islâmico e aparar as arestas nas tensões em sua aliança de longa data.
Obama, que chegou à capital saudita na quarta-feira, espera apaziguar os temores que os países do Golfo têm da influência iraniana e incentivá-los a amenizar as disputas sectárias na tentativa de confrontar o risco representado por militantes jihadistas como os do Estado Islâmico.
Estes temas foram abordados em suas conversas bilaterais da quarta-feira com líderes de Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos, Kuwait e Catar, e voltarão a dominar a cúpula, que inclui os outros membros do Conselho de Cooperação do Golfo (GCC, na sigla em inglês).
As crises da região, como as guerras civis na Síria, no Iraque e no Iêmen, nas quais os EUA e países do Golfo Pérsico cooperaram, mas discordam em alguns aspectos, são áreas importantes de discussão.
"Nos temas centrais, existe um entendimento sobre onde queremos chegar", disse o vice-conselheiro de segurança nacional de Obama, Ben Rhodes, a repórteres em um informe à imprensa em Riad.
Ele afirmou que as tensões nos laços vistas nos últimos anos refletem diferenças no tocante às táticas, e não aos objetivos.
"Esta cúpula nos permite alinhar nossas abordagens e estratégias", disse.
Anos de frustração entre as nações do Golfo, agravados por incidentes mais recentes, podem tornar a Arábia Saudita e seus aliados regionais menos receptivos a Obama em sua quarta e provavelmente última visita ao reino.
O Oriente Médio está atolado em uma disputa por influência entre um bloco de países majoritariamente sunitas, incluindo as monarquias conservadoras e pró-Ocidente do Golfo, e o Irã xiita revolucionário e seus aliados.
A maioria dos membros do GCC, que ainda inclui o Barein e Omã, ficaram profundamente decepcionados com a presidência de Obama, durante a qual acreditam que os EUA se distanciaram da região, abrindo mais espaço para o Irã.
Rhodes disse, entretanto, que a reunião de duas horas de Obama com o rei saudita Salman na quarta-feira foi a mais longa entre os dois líderes e que contou com uma "discussão muito aberta e honesta" com tópicos que causaram tensão, sem especificá-los.
O presidente norte-americano disse querer que os aliados do Golfo ofereçam mais reformas democráticas e aprimorem os direitos humanos, e debateu tais temas com o rei Salman.