Investing.com -- Os recentes anúncios de estímulo da China fizeram com que os investidores levantassem questões sobre como se posicionar no caso de Pequim desencadear um impulso econômico mais agressivo - o chamado estímulo "bazuca".
Em uma nota de terça-feira, os analistas do Barclays (LON:BARC) reconhecem que esse não é seu caso base, mas enfatizam que os investidores devem se preparar para esse cenário devido ao seu potencial de impactar significativamente os mercados globais.
Apesar da recente recuperação das ações chinesas, a reação mais ampla do mercado foi relativamente moderada, deixando espaço para oportunidades em outras classes de ativos.
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As ações chinesas apresentaram alguns de seus maiores movimentos na história, com o CSI 300 registrando um impressionante movimento sigma de +17,6 em uma semana.
"A magnitude desses movimentos sugere que os investidores não estavam preparados para tais anúncios, e também que os aspectos técnicos, como o posicionamento, podem ter atuado como um vento a favor", observaram os analistas do Barclays.
"Além disso, isso também indica que, embora possa haver mais espaço para alta, a maior parte do movimento no curto prazo pode ter acabado."
A alta se limitou, em grande parte, às ações chinesas e seus substitutos, como as mineradoras europeias, mas o Barclays acredita que o impacto real poderá ocorrer se a China revelar um plano de estímulo fiscal maciço, como um pacote de CNY 10 trilhões ao longo de dois anos.
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Nesse cenário, os efeitos poderiam se espalhar pelos mercados globais, criando oportunidades em ativos não chineses.
Notavelmente, em um cenário de "bazuca", o estímulo provavelmente teria efeitos mais abrangentes sobre os ativos globais, tornando as oportunidades de alta em ativos não chineses mais atraentes, devido a movimentos menos prolongados e volume mais barato", continuaram os analistas.
Eles delinearam várias estratégias para capitalizar esse potencial, concentrando-se no petróleo, nos setores industriais e nas ações dos EUA com alta exposição à China.
Entre elas, os analistas discutiram a compra de opções de compra do U.S. Oil Fund (USO (NYSE:USO)), condicionada a um euro mais forte em relação ao dólar, já que o petróleo é particularmente sensível a surpresas positivas na demanda chinesa.
Uma segunda oportunidade está no setor industrial, onde o Barclays aconselha a compra de spreads de compra híbridos XLI (Industrials) vs. SPY (S&P 500). Historicamente, o ciclo de crédito chinês tem sido um forte indicador antecedente do desempenho do setor industrial, e um grande estímulo poderia dar a esse setor um impulso significativo.
Por fim, para os investidores que buscam exposição direta ao comércio entre os EUA e a China, o Barclays seleciona empresas com alta exposição às vendas chinesas e perfis de volatilidade atraentes.
Entre as principais candidatas estão a Wynn Resorts (NASDAQ:WYNN), a Western Digital (NASDAQ:WDC) e a Las Vegas Sands (NYSE:LVS), que poderão registrar ganhos significativos se a economia da China se recuperar com o estímulo.