Por Louis Charbonneau e Michelle Nichols
NAÇÕES UNIDAS (Reuters) - A Coreia do Norte foi submetida a novas sanções rígidas da Organização das Nações Unidas (ONU) para impedir que o isolado país tenha acesso a fundos para seu programa de armas nucleares. A medida foi tomada após uma votação unânime de um esboço de resolução dos Estados Unidos e da China no Conselho de Segurança da entidade nesta quarta-feira.
A resolução, que amplia dramaticamente sanções já em vigor, ocorre na esteira do mais recente teste nuclear norte-coreano, no dia 6 de janeiro, e do lançamento de um foguete no dia 7 de fevereiro que Washington e seus aliados disseram ter usado uma tecnologia de mísseis balísticos interditada à nação comunista. Pyongyang afirmou ter se tratado de um inofensivo lançamento de satélite.
Samantha Power, embaixadora dos EUA na ONU, disse que as novas sanções vão mais longe do que qualquer regime de sanções da organização em duas décadas e que têm por objetivo bloquear o financiamento para o programa nuclear da Coreia do Norte e outros programas de armas proibidas.
A partir de agora, toda a carga que entra e sai da Coreia do Norte terá que ser inspecionada, e representantes comerciais norte-coreanos na Síria, no Irã e no Vietnã estão entre os 16 indivíduos acrescentados a uma lista negra da ONU, assim como 12 entidades norte-coreanas.
Anteriormente só se exigia que os Estados fizessem tais inspeções se tivessem motivos razoáveis para suspeitar da presença de produtos ilícitos.
"Praticamente todos os recursos da República Popular Democrática da Coreia (nome oficial da Coreia do Norte) estão canalizados para sua busca irresponsável e incansável por armas de destruição em massa", disse Samantha após a votação, acrescentando que as provisões sobre verificações de carga são "imensamente significativas".
O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, saudou a decisão do conselho de 15 membros, dizendo em um comunicado que Pyongyang "precisa voltar a cumprir plenamente suas obrigações internacionais". A Coreia do Norte está sujeita a sanções da ONU desde 2006 por causa de seus quatro testes nucleares e múltiplos lançamentos de foguete.