CARACAS (Reuters) - A oposição venezuelana disse neste domingo que não participará da Assembleia Nacional Constituinte convocada pelo presidente Nicolás Maduro, que buscará reescrever a Constituição, por considerar que ela se trata de uma "fraude".
O poder eleitoral venezuelano deu nesta semana aval para que Maduro convoque uma Assembleia Constituinte, em meio a uma onda de protestos comandados pela oposição nos quais já morreram 37 pessoas em pouco mais de um mês.
"Essa não é uma Constituinte, nós não poderíamos participar de um processo absolutamente fraudulento, não vamos fazer com que os venezuelanos sejam parte de uma fraude", disse o líder da coalizão de oposição Mesa da Unidade Democrática (MUD), Henrique Capriles.
"Esses personagens que não querem se submeter ao escrutínio popular inventaram um processo que não está na Constituição, porque eleições setoriais não existem", adicionou Capriles.
O governo socialista de Maduro insiste que a Constituinte buscará criar "condições" de normalidade que permitam realizar processos eleitorais normais que estão em andamento, como as eleições presidenciais de 2018.
Mas a oposição sustenta que a intenção do processo é adiar duas eleições regionais previstas para este ano e as presidenciais, no que chamam de um auto-golpe de Estado promovido por Maduro para perpetuar-se no poder.
(Por Deisy Buitrago)