Investing.com - Mercados financeiros globais estarão ocupados com as reunião de bancos centrais na próxima semana, com decisões sobre política monetária nos EUA, Japão, Reino Unido e Suíça.
Investidores também prestarão atenção às manchetes após a reunião de dois dias de funcionários de bancos centrais e ministros de finanças do G20 na Alemanha para procurar mais indicações sobre a força da economia global e as direções futuras da política monetária e também das taxas de câmbio.
Antes da semana que está por vir, a Investing.com compilou uma lista com os cinco maiores eventos do calendário econômico com grandes chances de afetar os mercados.
1. Decisão do Federal Reserve sobre a taxa de juros
A expectativa geral é de que o Federal Reserve eleve a taxa-alvo dos fundos federais em 0,25 pp na quarta-feira às 15h em horário de Brasília, quando se encerra a reunião de política monetária que dura dois dias, que seria colocada em uma faixa entre 0,75% a 1%.
O banco central norte-americano também divulgará suas mais recentes projeções de crescimento econômico e taxa de juros, conhecidas como “dot-plot”.
Janet Yellen, presidente do Fed, deverá realizar uma entrevista coletiva, que será observada com muita atenção, 30 minutos após a divulgação da declaração do Fed, já que investidores procuram por qualquer mudança para um tom enérgico ao se tratar da economia ou futuras elevações da taxa de juros.
De acordo com o Monitor da Taxa da Reserva Federal do Investing.com, o aumento da taxa de juros esta semana deverá ser seguido por mais duas elevações este ano, sendo a próxima em setembro e outra em dezembro, alinhando expectativas do mercado com atuais projeções do Fed para três aumentos dos juros em 2017.
Além do Fed, o calendário desta semana também terá dados norte-americanos sobre inflação, vendas no varejo, alvarás de construção, construção de novas casas, pedidos iniciais de seguro-desemprego, produção industrial, sentimento do consumidor bem como estudos sobre condições industriais nas regiões de Filadélfia e Nova York.
Manchetes de Washington provavelmente permanecerão em foco, com operadores aguardando detalhes das promessas de Donald Trump sobre reforma tributária, desregulamentação e gasto com infraestrutura.
2. Decisão de política monetária do Banco do Japão
O Banco do Japão deverá manter sua taxa de juros de curto prazo em menos 0,1% ao divulgar sua decisão sobre taxa de juros e sua declaração de política monetária por volta da meia-noite de quinta-feira em horário de Brasília.
Espera-se, também, que o banco central mantenha a taxa-alvo de seu título do governo a 10 anos em torno de 0%, enquanto mantenha o montante líquido de aquisição anual de títulos do governo japonês em cerca de 80 trilhões de ienes, já que se aguarda mais evidência de uma recuperação econômica modesta.
Haruhiko Kuroda, dirigente do Banco do Japão, realizará uma entrevista coletiva na sequência para discutir a decisão.
3. Anúncio de política monetária do Banco da Inglaterra
O Banco da Inglaterra anunciará sua decisão da taxa de juros na quinta-feira às 9h em horário de Brasília, sem previsão por parte dos analistas de mudança na política monetária.
Agentes do mercado esperam que os decisores do Banco da Inglaterra mantenham suas posições neutras a respeito de cortar ou elevar as taxas de juros conforme eles decidem se a economia precisa de mais estímulo econômico para incentivar a demanda diante de um declínio nos gastos dos consumidores ou um aumento dos juros para conter o recente pico na inflação.
O Banco da Inglaterra elevou suas projeções de crescimento e inflação mais cedo este mês, mas parece não ter pressa em aumentar a taxa de juros já que a primeira-ministra Theresa May pretende acionar o processo formal para o país se separar da União Europeia no fim de março.
Além do Banco da Inglaterra, investidores se concentrarão em números de desemprego para mais indicações do efeito contínuo que a decisão do Brexit está tendo sobre a economia.
4. Avaliação de política monetária do Banco Nacional da Suíça
A avaliação de política monetária trimestral do Banco Nacional da Suíça (SNB, na sigla em alemão) está prevista para quinta-feira às 5h30 em horário de Brasília. A maior parte dos economistas espera que a taxa de juros de referência permaneça inalterada em -0,75%.
O SNB também deve manter seu compromisso de intervenções no câmbio para reduzir a demanda pelo franco.
Thomas Jordan, presidente do SNB, repetiu recentemente que o franco suíço está “significativamente subvalorizado” e pareceu preocupado com os riscos políticos das eleições europeias e do Brexit.
5. Reuniões do G20
Ministros de finanças e dirigentes de bancos centrais das 20 economias mais desenvolvidas do mundo, ou o G20, se reunirão na sexta-feira e no sábado na cidade alemã de Baden Baden para tratar da economia mundial.
Será a primeira reunião desse tipo em que participarão representantes da administração do presidente norte-americano Donald Trump, que possui uma visão política mais protecionista sobre comércio internacional.
Um esboço de comunicado de imprensa da reunião desta semana mostrou que os líderes financeiros mundiais podem deixar de rejeitar explicitamente protecionismo ou desvalorizações competitivas das moedas, prometendo apenas manter um “sistema de comércio internacional aberto e justo”.
O esboço retira a sentença adotada pelos ministros de finanças do G20 no ano passado que era “resistir a todas as formas de protecionismo”.
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