Por Anton Zverev e Maria Tsvetkova
MOSCOU (Reuters) - Policiais da tropa de choque da Rússia dispersaram uma manifestação antigoverno em Moscou nesta segunda-feira e detiveram diversos manifestantes, após prenderem o líder da oposição russa, Alexei Navalny, enquanto ele saia de casa.
Milhares de manifestantes, incluindo muitos jovens, lotaram as ruas do centro de Moscou sob o comando de Navalny entoando gritos de "Rússia sem Putin" e "A Rússia vai ser livre".
Navalny, que organiza uma campanha para tentar derrubar Putin na eleição presidencial do próximo ano, havia convocado protestos em massa em Moscou e em outras cidades contra o que ele diz ser um sistema corrupto de governo supervisionado pelo presidente Vladimir Putin.
O Kremlin tem repetidamente rejeitado essas alegações e acusa Navalny de tentar promover protestos irresponsavelmente.
A frase "A corrupção está roubando o nosso futuro" estampava um cartaz ao lado da imagem de um pato amarelo, uma referência a uma fazenda de patos que Navalny diz que o primeiro-ministro Dmitry Medvedev tem em uma vasta propriedade rural, uma alegação que Medvedev diz ser "sem sentido".
Testemunhas da Reuters viram mais de 200 pessoas presas no centro de Moscou. Dezenas de manifestantes também foram detidos em uma manifestação em São Petersburgo, informou uma testemunha da Reuters.
A mídia estatal russa ignorou os protestos.
A dimensão do protesto desta segunda-feira sugere que Navalny conseguiu tirar proveito do sucesso de um evento similar em março, no qual milhares de pessoas foram às ruas por toda a Rússia.
Esses protestos foram os maiores desde que uma onda de manifestações anti-Kremlin em 2012 resultou em mais de mil prisões, colocando rara pressão dentro da Rússia sobre Putin, que espera-se que vai se candidatar e ganhar a reeleição no próximo ano.
Autoridades em Moscou disseram que os protestos desta segunda-feira são ilegais e mobilizaram centenas de policiais de choque que prender pessoas consideradas como agitadores. Navalny foi detido apontado de ser o responsável por convocar a manifestação.