LONDRES (Reuters) - A primeira-ministra britânica, Theresa May, defendeu sua decisão de descartar os chamados direitos de "passaportes" para os bancos após o Brexit, dizendo que o Reino Unido não poderia se tornar um "tomador de regras" quando se tratava de serviços financeiros.
May disse que sua visão de futuros laços com a UE era confiável e ela estava confiante em chegar a um bom acordo no Brexit, em uma entrevista transmitida neste domingo mas gravada na sexta-feira, após um discurso no qual ela fez um apelo por mais flexibilidade do bloco.
Detalhando seu pensamento, May disse que o setor de serviços financeiros era muito importante para a economia britânica para Bruxelas reter o controle sobre o ele sob o arranjo de passaportes existente.
As regras de passaporte permitem que as empresas financeiras da UE vendam seus serviços em todo o bloco de 28 membros com uma licença local, em vez de obterem uma licença para operar em cada país membro onde atuam.
"Se aceitássemos (as regras de) 'passaportes', seríamos apenas um tomador de regras, teríamos que respeitar as regras que foram definidas em outro lugar", disse May na entrevista à BBC.
"Dada a importância da estabilidade financeira, de garantir a Cidade de Londres, não podemos simplesmente tomar as mesmas regras sem dizer nenhuma palavra", disse May.
A Confederação da Indústria Britânica disse que era importante que arranjos alternativos fossem criados para impedir que empresas deixassem Londres.
May quer que os serviços financeiros sejam incluídos em um acordo de livre comércio, algo que ela acredita ainda ser possível alcançar apesar das acusações de Bruxelas de que sua abordagem equivale a escolher os melhores pedaços da UE.
(Por William James)