Por Kylie MacLellan e William James
LONDRES (Reuters) - O Reino Unido não buscará um acordo para a saída da União Europeia que o deixe “metade dentro, metade fora” do bloco, dirá a primeira-ministra britânica, Theresa May, em discurso nesta terça-feira, no qual vai estabelecer as prioridades para as negociações de separação indicando que está preparada para deixar o mercado comum.
A libra, que tem sido negociada nos menores níveis frente ao dólar em mais de três décadas, caiu para o patamar mais baixo em quase três meses, e o mercado acionário se mostrava fraco, à medida que investidores temiam que May possa revelar planos para uma saída “dura” da UE.
“Buscamos uma parceria nova e igual, entre um Reino Unido independente, autogovernado e global e nossos amigos e aliados na UE”, dirá May, de acordo com trechos do discurso divulgados por seu gabinete.
“Não uma filiação parcial à União Europeia, nem uma filiação associada à União Europeia, ou qualquer coisa que nos deixe meio dentro, meio fora. Nós não buscamos adotar um modelo já usado por outros países. Não buscamos manter partes da filiação ao sairmos.”
Os 12 objetivos de May para as negociações de saída da UE incluirão descartar o acesso preferencial ao mercado comum e deixar a Corte Europeia de Justiça, em troca de total controle sobre as fronteiras britânicas, de acordo com diversos jornais.
Mais de seis meses após os britânicos terem votado a favor de deixar a UE em um referendo, May tem sofrido críticas de investidores, empresários e parlamentares por revelar pouco sobre o que ela buscará quando forem iniciadas as conversas formais de separação, no fim de março.
A premiê deve dar mais detalhes sobre seus planos ainda nesta terça-feira, em um discurso para uma audiência que inclui diplomatas estrangeiros e a própria equipe de negociação britânica para o Brexit.
Os trechos divulgados de seu discurso não deram detalhes explícitos do futuro relacionamento comercial que ela quer ter com a UE, ou quais seriam suas 12 prioridades. Mas, de acordo com jornais britânicos, muitos dos quais apoiaram o Brexit, essas prioridades agradariam os apoiadores da saída do bloco.