BRASÍLIA (Reuters) - O presidente do Senado, Eunício Oliveira (PMDB-CE) , afirmou nesta terça-feira ter recebido da equipe econômica um estudo que dava conta de que o deficit primário deste ano poderia chegar a 202 bilhões de reais.
Segundo Eunício, medidas a serem tomadas pelo governo, como contenção de despesas, fariam com que a meta fiscal ficasse em 20 bilhões de reais a mais do que o valor em vigor, que é de um déficit de 139 bilhões de reais.
O presidente do Senado participou de duas reuniões com o governo nos últimos dias para discutir o assunto. Ele criticou a tentativa de culpar a área política do governo e os parlamentares pela pressão em torno do aumento do rombo de 2017.
"Isso é conversa fiada de quem está querendo vender uma meta para entregar outra", reclamou. "Não botem essa conta na política. Quem está falando isso, está mentindo", disse ele, em conversa com jornalistas.
"Se dependesse de mim, nós tínhamos corte onde fosse possível e não tínhamos que mexer na meta", disse ele, ao ressaltar que foi convencido pelas projeções que o aumento da meta é inevitável.
O presidente do Senado --que também preside o Congresso-- disse que ainda não está definido quando vai colocar em votação a revisão da meta, quando a proposta for encaminhado pelo governo. O governo anunciará oficialmente a nova meta na quarta-feira.
(Reportagem de Ricardo Brito)