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SÃO PAULO (Reuters) - A estação da primavera no Brasil este ano poderá ter chuvas acima da média histórica e terá risco baixo para ondas de calor intensas e duradouras, um cenário que se mostra favorável para a operação do sistema elétrico, disseram meteorologistas da Nottus nesta quinta-feira.
Em coletiva de imprensa, os meteorologistas apontaram que não há riscos de atraso significativo para o período úmido, que geralmente se inicia em novembro e é crucial para garantir a recuperação dos reservatórios das usinas hidrelétricas, ainda a principal fonte da matriz elétrica brasileira.
"Os modelos apontam para uma primavera mais chuvosa do que o normal. A gente diz que, no mínimo, vai chover na média. O que vamos monitorar é a qualidade dessa chuva", disse Desirée Brandt, sócia-executiva da Nottus.
Ainda segundo a especialista, aumentou a probabilidade de ocorrência do fenômeno climático La Niña até o fim do ano, mas não há risco de estiagem severa na região Sul.
Já em relação às temperaturas, a expectativa é de normalidade, seguindo o padrão habitual para essa época do ano, sem risco de ondas de calor persistentes.
Isso deve representar um alívio para o sistema elétrico, que vê aumentos de carga quando as temperaturas sobem devido ao maior acionamento de equipamentos como ar-condicionado.
"Para este ano, o risco é baixo para intensas e duradouras ondas de calor", disse Brandt.
"Até mesmo para os próximos dias, havia uma expectativa de muito calor, e não está sendo bem assim, não temos registrado temperaturas tão elevadas. Temos sim um pico de calor que vai se dar agora no fim de semana, mas na semana que vem a temperatura (será) mais amena", acrescentou.
O Brasil enfrentou severas ondas de calor na primavera de 2023, inclusive com registros de vendavais extremos, em locais como São Paulo, que causaram enormes problemas de atendimento aos consumidores de energia ao destruir pontos das redes das distribuidoras de energia.
Já para a agricultura, a Nottus também apontou uma previsão positiva para a primavera, quando acontece plantio de grãos como soja e milho. A empresa vê evolução gradativa das chuvas pelas áreas produtoras, começando pelo Sul, passando pelo Cerrado e até chegar no Matopiba (Maranhão, Tocantins, Piauí e da Bahia).
(Por Letícia Fucuchima)