Por Philip Blenkinsop
BRUXELAS (Reuters) - A resposta firme que a Europa prometeu dar caso os Estados Unidos sigam adiante com a imposição de sobretaxa sobre as importações de aço e alumínio provavelmente não conseguirá desencadear a guerra comercial que os defensores do livre mercado temem.
O presidente norte-americano, Donald Trump, disse na quinta-feira que os EUA vão impor tarifas nas importações aço e alumínio de 25 e 10 por cento, respectivamente, para proteger os produtores nacionais.
A Comissão Europeia chamou o movimento de uma intervenção flagrante que representava protecionismo. No entanto, ao mesmo tempo que prometeu agir "firmemente", não fez menção a retaliação, mas falou de contra-medidas que se enquadram nas regras da Organização Mundial do Comércio (OMC).
O ministro de Finanças francês, Bruno Le Maire, disse aos jornalistas que "todas as opções estão na mesa", incluindo contra-medidas para limitar as importações dos EUA para a Europa.
Trump afirmou nesta sexta-feira que não temia uma guerra comercial.
"Quando um país (EUA) está perdendo muitos bilhões de dólares no comércio com praticamente todos os países com os quais ele faz negócios, as guerras comerciais são boas e fáceis de vencer", disse Trump seu tuíte.
Bruxelas se unirá a outros países para contestar as medidas na OMC e disse que também estudará iniciativas para proteção.
A União Europeia se vê como um contrapeso global para um Trump protecionista, mantendo um acordo comercial com o Japão, que fazia parte de uma aliança de negócios transpacífica da qual Trump retirou os EUA no seu primeiro dia no cargo.
O bloco também está buscando concluir acordos de livre comércio com o México e os países do Mercosul, Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai.
(Por Philip Blenkinsop)