SEUL (Reuters) - A sul-coreana Samsung Electronics lançou uma linha de TVs premium de alta tecnologia nesta terça-feira, contando com seus dispositivos originais para ajudar a evitar um segundo ano consecutivo de queda nos lucros.
A maior fabricante de smartphones do mundo deve ter encerrado 2014 com a sua quota no mercado global de dispositivos reduzida por competidoras chinesas como a Xiaomi. Com a divisão móvel respondendo por cerca de dois terços do seu lucro, o declínio tem pressionado a Samsung a reduzir sua dependência com o redobramento de esforços em outras áreas.
As novas TVs de ultra-alta definição com pontos quânticos da Samsung, com tecnologia batizada de SUHD, são parte desse esforço. Uma retomada no negócio de TVs, juntamente com retornos saudáveis nas operações de chips de memória, pode ajudar a acabar com uma série de quedas acentuadas no lucro trimestral, como o provável recuo de 40 por cento no trimestre de outubro a dezembro.
"A este ponto, o mercado vai ficar feliz com o lucro operacional trimestral em torno 5 trilhões de wons (4,51 bilhões de dólares)", disse o gestor de fundos Park Jung-hoon, da HDC Asset Management, ecoando a previsão média de 44 analistas consultados pela Thomson Reuters I/B/E/S.
A cifra se compara com 4,1 trilhões de wons no trimestre de julho a setembro. Se confirmada, ela fará o lucro anual cair 33 por cento, a 24,8 trilhões de wons, no patamar mais baixo desde 2011. A expectativa é que a Samsung divulgue os números do quarto trimestre na quinta-feira.
Para 2015, analistas esperam que as TVs, junto com chips e displays, compensem parte da queda em dispositivos. Mas uma pesquisa da Thomson Reuters I/B/E/S com 52 analistas aponta o lucro deste ano em 23,8 trilhões de wons, em sua segunda queda anual consecutiva.
A tecnologia SUHD da Samsung utiliza pontos quânticos e tecnologia de alta gama dinâmica, oferecendo qualidade de imagem superior à tecnologia LCD regular, a um custo mais baixo que as TVs com diodos orgânicos emissores de luz.
Mas a tecnologia ainda está na infância, com a Samsung se associando a rivais japonesas, estúdios de Hollywood e distribuidoras de conteúdo para disseminar a adoção do formato entre produtoras de conteúdo e consumidores.
(Por Se Young Lee)