GENEBRA (Reuters) - As declarações do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, sobre sair da Organização Mundial do Comércio são consistentes com o que os Estados Unidos disseram anteriormente e não refletem novas preocupações, disse o diretor-geral da OMC, Roberto Azevêdo, nesta sexta-feira.
Trump disse na quinta-feira que poderia sair da OMC, potencialmente comprometendo uma das bases da economia moderna global, que os Estados Unidos foram fundamentais na criação.
"Se eles não se moldarem, eu vou me retirar da OMC", disse Trump.
Em uma resposta nesta sexta-feira, Azevêdo disse que não há motivo para "pânico".
"As preocupações dos EUA sobre áreas na OMC que eles gostariam de melhorar não são novas. E acho que o que ele disse ontem é consistente com o que eles já expressaram antes."
Trump já havia chamado a OMC de "desastre" e "catástrofe".
Durante sua campanha eleitoral, ele disse ao programa Meet the Press, da NBC, que se as regras da OMC bloqueassem suas políticas, ele renegociaria a filiação nos EUA ou desistiria.
O embaixador de Trump disse que os Estados Unidos não hesitarão em abalar o que eles veem como uma organização complacente, e provocou uma crise ao bloquear indicações de juízes de apelação à OMC, forçando outros países a discutir possíveis reformas para aplacar Trump.
Muitos diplomatas dizem que, apesar de não gostarem das táticas dos EUA, concordam que a OMC precisa de reformas e esperam que a situação possa ser usada para tornar o grupo de 23 países mais eficiente.
A OMC é dirigida com base em "consenso", o que significa que cada um dos seus 164 membros tem um veto efetivo e é quase impossível chegar a um acordo sobre qualquer mudança nas regras.
Azevêdo disse que muitos membros da OMC agora estão falando sobre melhorias, o que é bom.
"Todo mundo que gostaria de ver melhorias na OMC é muito bem-vindo para apresentar suas ideias e sugestões para melhorar a organização, sentar-se com os outros membros e fazer o trabalho", disse ele.
(Por Tom Miles)