RIO DE JANEIRO (Reuters) - Os servidores do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) decidiram voltar ao trabalho na quarta-feira depois de quase 80 dias em greve por melhores condições de trabalho e salários, afirmou o sindicato da categoria nesta terça-feira.
Poucos avanços foram obtidos na longa paralisação, que começou em 26 de maio, e o único acordo alcançado prevê a criação de um grupo interno de trabalho que vai elaborar uma proposta de plano de cargos e salários que será entregue ao próximo governo.
"Estamos voltando insatisfeitos e sem nossas demandas atendidas, mas pelo menos mostramos à sociedade o que precisamos", disse à Reuters a diretora do sindicato nacional dos servidores do IBGE, Suzana Drumond.
Os servidores do instituto querem uma equiparação salarial com os funcionários do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) e do Banco Central.
Ao longo da greve, 189 servidores temporários foram demitidos. A paralisação chegou a afetar a divulgação de pesquisas importantes, como a Pesquisa Mensal de Emprego (PME).
Nos meses de maio e junho, a taxa média de desemprego nas seis regiões metropolitanas do país não pôde ser divulgada devido à falta de informações completas em duas regiões, Porto Alegre e Salvador.
A paralisação também afetou o ritmo de produção e coleta da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua, que irá substituir a PME no futuro.
A direção do IBGE informou que a coleta da PME foi praticamente concluída e que as taxas médias de maio e junho serão divulgadas em breve.
(Reportagem de Rodrigo Viga Gaier)