Por Sakura Murakami e John Geddie e Tim Kelly
TÓQUIO (Reuters) - O ex-ministro da Defesa Shigeru Ishiba se tornará o primeiro-ministro do Japão após vencer uma disputa acirrada na sexta-feira, em sua quinta e última tentativa de liderar o Partido Liberal Democrático (LDP), que está no poder.
O veterano político de 67 anos prevaleceu sobre a nacionalista linha-dura Sanae Takaichi em uma das votações de liderança mais imprevisíveis das últimas décadas, com um recorde de nove candidatos no páreo.
O líder do LDP, que governa o Japão durante quase toda a era pós-guerra, tem a garantia de se tornar o próximo primeiro-ministro devido à sua maioria no Parlamento. Uma sessão especial do Parlamento está marcada para terça-feira para confirmar Ishiba no cargo.
"Precisamos acreditar nas pessoas, falar a verdade com coragem e sinceridade e trabalhar juntos para tornar o Japão um país seguro, onde todos possam viver com um sorriso mais uma vez", disse Ishiba, emocionado, em um discurso aos parlamentares do LDP após o resultado.
A disputa para substituir o primeiro-ministro Fumio Kishida foi desencadeada em agosto, quando ele anunciou que deixaria o cargo por causa de uma série de escândalos que derrubaram os índices do LDP para níveis recordes.
Ishiba, um autoproclamado lobo solitário cujas opiniões contrárias e brigas com colegas contribuíram para quatro tentativas fracassadas de liderança, há muito tempo é popular entre o público em geral. Mas ele disse que essa era sua "batalha final".
Com o LDP enfrentando uma eleição geral em algum momento nos próximos 13 meses, os analistas disseram que a escolha de Ishiba sugere que alguns membros do partido parecem ter deixado de lado as queixas pessoais para aproveitar seu apelo público.
Eles "gravitaram em torno de uma figura popular que se sai bem em aparições na mídia e não tem medo de criticar seu próprio partido quando acha que eles estão errados", disse Jeffrey Hall, professor da Kanda University of International Studies.
Ishiba enfrenta uma série de desafios no país e no exterior.
Ele precisa reprimir a raiva em relação ao aumento do custo de vida e a irritação latente em relação ao seu partido, e irá navegar em um ambiente de segurança volátil no Leste Asiático.
Sua abordagem em relação à diplomacia com o aliado mais próximo do Japão, os Estados Unidos, estará em foco, uma vez que ele tem pedido repetidamente um relacionamento mais equilibrado com Washington.