Por Michael Holden
LONDRES (Reuters) - O homem acusado de matar a deputada britânica Jo Cox disse que seu nome é “Morte a traidores, liberdade à Grã-Bretanha” ao aparecer perante um tribunal neste sábado, dias após o assassinato da parlamentar ter colocado em dúvidas uma votação sobre a filiação à União Europeia, na semana que vem.
O assassinato de Cox, uma mãe de 41 anos com dois filhos pequenos, chocou o Reino Unido, gerando manifestações de condolências de líderes de todo o mundo e levantando questões sobre o tom da campanha antes do referendo sobre a UE.
Cox, uma ardente apoiadora da permanência britânica no bloco europeu, foi baleada e esfaqueada na rua em seu distrito eleitoral, no norte da Inglaterra, na quinta-feira.
Vestindo agasalho e calças de moletom cinzas e cercado por dois seguranças, Thomas Mair, de 52 anos, foi inquirido sobre seu nome por um escrivão do tribunal de Westminster, Londres.
“Morte a traidores, liberdade à Grã-Bretanha”, disse Mair. Quando questionado novamente qual era seu nome, ele calmamente repetiu: “Meu nome é morte a traidores, liberdade à Grã-Bretanha”.
Mair, careca com um cavanhaque grisalho não fez mais comentários durante a audiência de 15 minutos, sua primeira aparição em público desde que foi preso pela polícia na cidade de Birstall, Yorkshire, onde Cox foi morta.
Ele é acusado de assassinato, lesão corporal e posse de arma de fogo e uma faca. Ele permaneceu em custódia e comparecerá a outra corte na segunda-feira.
O assassinato abalou o país e ambos os lados no referendo temporariamente suspenderam suas campanhas antes da votação de quinta-feira, a qual tem sérias implicações tanto para UE quanto para a Grã-Bretanha.