Taxas dos DIs cedem após BC reforçar na ata interrupção do ciclo de alta da Selic

Publicado 24.06.2025, 17:02
Atualizado 24.06.2025, 17:05
© Reuters. Notas de 200 reaisn02/09/2020. REUTERS/Adriano Machado

Por Fabricio de Castro

SÃO PAULO (Reuters) - As taxas dos DIs de prazos curtos e médios cederam nesta terça-feira em reação, por um lado, a novas sinalizações de que o Banco Central irá de fato interromper o ciclo de elevações da Selic e, por outro, ao leve recuo dos rendimentos dos Treasuries no exterior, em meio a notícias sobre o cessar-fogo entre Israel e Irã.

No fim da tarde, a taxa do DI (Depósito Interfinanceiro) para janeiro de 2026 estava em 14,945%, ante o ajuste de 14,962% da sessão anterior. A taxa para janeiro de 2027 marcava 14,205%, ante o ajuste de 14,271%, e a taxa para janeiro de 2029 estava em 13,335%, ante 13,392%

Entre os contratos longos, a taxa para janeiro de 2031 estava em 13,51%, ante 13,52% do ajuste anterior, e o contrato para janeiro de 2033 tinha taxa de 13,63%, ante 13,606%.

No início do dia o BC divulgou a ata do encontro do Comitê de Política Monetária (Copom) da semana passada, quando a taxa básica Selic foi elevada em 25 pontos-base, para 15% ao ano.

No documento, o BC afirmou que o aumento adicional ocorreu por conta da resiliência da atividade, mas ponderou que grande parte do efeito do aperto monetário feito até agora ainda está por vir, reforçando indicação já dada no comunicado da decisão do Copom de que o ciclo de alta será interrompido.

“Ressaltou-se que o ciclo até então empreendido foi particularmente rápido e bastante firme, reforçando o entendimento de que, dadas as defasagens inerentes aos efeitos da política monetária, grande parte dos impactos da taxa mais contracionista ainda está por vir. Em função disso, o Comitê comunicou que antecipa uma interrupção no ciclo de elevação de juros", registrou a ata.

Para o economista-chefe do Bmg, Flavio Serrano, o tom da ata reforçou a ideia, já expressa no comunicado da semana passada, de que o BC manterá a Selic em 15% em julho.

“A ata em si não muda muito nossa visão, mas quando você lê o documento, ele parece indicar que o BC precisa de algo muito forte para subir novamente a Selic”, ponderou, acrescentando que, após a autarquia interromper o ciclo de altas, é de se esperar que o movimento seguinte seja de corte das taxas.

A reação à ata foi de queda das taxas futuras, em especial nos vencimentos entre janeiro de 2027 e janeiro de 2029, com investidores reduzindo ainda mais as apostas em um novo aumento da Selic em julho.

O recuo das taxas no Brasil também foi favorecido a partir do meio da manhã pela leve baixa dos rendimentos dos Treasuries após o cessar-fogo entre Israel e Irã anunciado na véspera -- ainda que nesta terça-feira o acordo tenha sido ameaçado em diferentes momentos, com acusações de parte a parte.

Perto do fechamento desta terça-feira a curva a termo precificava 98% de probabilidade de manutenção da Selic em 15% no encontro de julho do Copom. Na véspera o percentual era de 97%.

Às 16h45 o rendimento do Treasury de dez anos --referência global para decisões de investimento-- caía 3 pontos-base, a 4,291%.

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