Por Susan Cornwell e Makini Brice
WASHINGTON/CIDADE DO MÉXICO (Reuters) - O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, aumentou a pressão comercial sobre o Canadá e o México nesta segunda-feira, dizendo que os dois países podem evitar tarifas de importação dos EUA sobre aço e alumínio se fizerem concessões nas negociações para reformulação do Tratado de Livre Comércio da América do Norte (Nafta).
Após um final de semana de tuítes nos quais ameaçou taxar montadoras de veículos alemãs, Trump disse que o México precisa fazer mais para conter o fluxo de drogas ilegais para os EUA, algo que não está na pauta da renegociação do Nafta.
A determinação de Trump de impor uma tarifa de 25 por cento sobre as importações de aço e de 10 por cento sobre as de alumínio desencadeou ameaças de retaliação de União Europeia, Canadá, China e Brasil, entre outros países, e abalou os mercados de ações globais, já que os investidores temem a perspectiva de uma guerra comercial crescente que prejudicaria o crescimento econômico mundial.
O plano de Trump, anunciado na quinta-feira, também encontrou resistência entre algumas figuras de destaque de seu próprio Partido Republicano.
O presidente da Câmara dos Deputados dos EUA, Paul Ryan, republicando de Wisconsin, Estado que será atingido pelas contra-tarifas propostas por europeus às motocicletas Harley Davidson, pediu nesta segunda-feira que a Casa Branca não leve adiante a proposta de tarifas sobre aço e alumínio.
O correligionário Kevin Brady, principal parlamentar da Câmara no comércio, disse que os consumidores norte-americanos não deveriam ser obrigados a pagar mais por produtos por causa do aumento no custo de matérias-primas.
Trump não tem se abalado com o lobby de parlamentares, empresas de ponta e grupos da indústria desde que anunciou a medida, tendo até elevado o tom repetidamente.
"Não recuaremos", disse o Trump durante uma reunião na Casa Branca com o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu. "Não acho que teremos uma guerra comercial", acrescentou, sem dar detalhes.
Acredita-se que Trump finalizará os planos sobre as tarifas até o final desta semana.