Por Steve Holland e William James
LONDRES (Reuters) - O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, prometeu nesta terça-feira firmar um acordo comercial "fenomenal" com o Reino Unido após a separação britânica da União Europeia e resolver quaisquer diferenças com o governo britânico quanto ao papel da empresa chinesa Huawei na construção de redes 5G.
Após ser recepcionado pela rainha Elizabeth no primeiro dia de sua visita de Estado ao país na véspera, Trump se voltou para a política nesta terça-feira, parabenizando a primeira-ministra de saída, Theresa May, e elogiando dois de seus possíveis sucessores.
O colapso da liderança de May, provocado pelo Brexit, provocou temores de que Trump pudesse humilhá-la publicamente.
Ao invés disso, Trump passou longe de qualquer retórica que pudesse constrangê-la e comentou até temas mais delicados, como a sucessão da premiê e a Huawei.
Trump mencionou o ex-prefeito de Londres Boris Johnson, que disse que o Reino Unido deveria sair da UE em 31 de outubro com ou sem acordo, e Jeremy Hunt, secretário das Relações Exteriores que desaconselhou uma desfiliação sem acordo.
"Conheço Boris, gosto dele, gosto dele há muito tempo. Acho que ele faria um ótimo trabalho", disse Trump a repórteres em uma coletiva de imprensa ao lado de May na chancelaria britânica.
"Conheço Jeremy, acho que ele faria um ótimo trabalho", acrescentou.
Quando indagado se uma decisão provisória de ministros britânicos de permitir à Huawei um papel limitado nas redes 5G afetará a cooperação de segurança com o maior aliado do Reino Unido, Trump disse que resolverá as questões.
"Temos um relacionamento de inteligência incrível e conseguiremos resolver quaisquer diferenças", afirmou.
"De fato o debatemos, não vejo absolutamente nenhuma limitação, jamais tivemos limitações, este é um aliado e parceiro realmente ótimo e não teremos problema com isso".
O governo Trump disse a aliados para não usarem tecnologia e equipamentos 5G da Huawei por temer que isso permitiria à China espionar comunicações e dados sigilosos. A Huawei nega que é, ou poderia ser, um veículo da inteligência chinesa.
Quanto ao Brexit, Trump disse que ele acontecerá.
"Eu diria... penso que acontecerá e provavelmente deveria acontecer. Este é um grande, grande país e quer sua própria identidade, quer ter suas próprias fronteiras, quer cuidar de seus próprios assuntos. Este é um lugar muito, muito especial".
(Reportagem adicional de Elizabeth Piper, Andrew MacAskill, William James, Costas Pitas, Kate Holton, Kylie MacLellan e Michael Holden)