Por Dasha Afanasieva
DIKILI, Turquia (Reuters) - Uma balsa levando 45 imigrantes paquistaneses que partiu da ilha grega de Lesbos voltou à Turquia nesta sexta-feira, a segunda leva de recém-chegados desde a implementação de um pacto da União Europeia com Ancara para deter a imigração em massa para a Europa através do mar Egeu.
O acordo, que entrou em vigor na segunda-feira, tem como meta ajudar a pôr fim ao influxo caótico de imigrantes e refugiados à UE, a maioria fugindo de guerras e da pobreza no Oriente Médio, na África e na Ásia, após a chegada de mais de um milhão deles no ano passado.
Quase 250 pessoas foram enviadas de volta das ilhas gregas em cumprimento ao novo acordo.
Outro barco levando um grupo maior de imigrantes deve partir de Lesbos ainda nesta sexta-feira, relatou a televisão estatal grega. Aqueles que viajaram no início da sexta-feira eram do Paquistão, disse a emissora.
Cerca de duas dezenas de policiais turcos uniformizados organizaram o desembarque da balsa assim que ela atracou na cidade turca de Dikili, acompanhada de duas embarcações da Guarda Costeira da Turquia.
Todos os paquistaneses a bordo eram homens, disse uma autoridade turca. Antes de o barco partir de Lesbos, pelo menos dois ativistas de direitos humanos se atiraram na água perto da pequena balsa, dependurando-se na pesada corrente da âncora e fazendo o sinal 'v' de vitória na tentativa de evitar que o barco partisse do porto de Mytilene rumo à Turquia. Eles foram retirados do mar pela Guarda Costeira grega.
Ativistas afirmam que o acordo UE-Turquia atropela os direitos humanos, e se puseram diante dos portões do porto assoprando apitos e batendo em barreiras de metal para protestar.
Um primeiro grupo de imigrantes, a maioria do Paquistão e do Afeganistão, foi mandado de volta à Turquia na segunda-feira. O Parlamento da Turquia aprovou, de quinta para sexta-feira, um acordo que permite a Ancara repatriar imigrantes paquistaneses.
Autoridades gregas disseram que 149 imigrantes chegaram nas últimas 24 horas a três ilhas: Lesbos, Samos e Quios – haviam sido 76 no dia anterior.
Segundo o pacto UE-Turquia, Ancara irá receber de volta todos os imigrantes e refugiados, incluindo sírios, que entrarem na Grécia por meio de rotas irregulares, e em troca o bloco irá acolher milhares de refugiados sírios diretamente da Turquia e recompensar o país com dinheiro, a antecipação da liberação de vistos de entrada para seus cidadãos e avanços no processo da filiação turca à UE.
(Reportagem adicional de Gulsen Solaker, em Ancara, e Orhan Coskun, em Istambul)