GENEBRA (Reuters) - A negociadora comercial da Europa culpou a China neste domingo pelo colapso de um acordo global de comércio ambiental ao apresentar demandas tardias impossíveis de serem atendidas nas negociações da Organização Mundial do Comércio (OMC) destinadas a retirar tarifas de importação sobre exportações de mais de 1 trilhão de dólares.
"A China entrou com sua lista trazendo elementos totalmente novos em termos de perspectiva, estando muito atrasada no processo", disse à Reuters a comissária européia de Comércio, Cecilia Malmstrom.
A mudança de presidente nos Estados Unidos também coloca um grande ponto de interrogação sobre as perspectivas futuras de um acordo.
A resistência europeia às importações chinesas de bicicletas também representava um entrave, embora Malmstrom tenha dito que as bicicletas se tornaram importantes para a China e ninguém mais. Ela disse que o acordo era muito mais amplo, acrescentando que a UE já tinha "bicicletas bastante baratas".
Malmstrom foi co-presidente das negociações, que pretendiam cortar custos para bens ambientalmente benéficos, removendo as tarifas comerciais aplicadas a eles. O representante comercial dos EUA, Michael Froman, se recusou a comentar ao sair.
"Se (a China) tivesse chegado antes, poderíamos ter trabalhado nisso. Mas agora tornou-se impossível encontrar um acordo, estávamos muito longe um do outro", disse Malmstrom.
O Ministério do Comércio chinês disse em comunicado que a China fez grandes esforços para mostrar flexibilidade necessária para resolver de maneira eficaz as preocupações dos participantes, mas que a reunião falhou devido a "diferenças em questões chave".
(Por Tom Miles)