Por Francesco Guarascio
BUCARESTE (Reuters) - A situação econômica da Itália é "delicada" e precisa ser monitorada de perto, disse nesta sexta-feira o comissário de economia da União Europeia, Pierre Moscovici, conforme crescem as preocupações sobre uma ameaça de recessão lá e desaceleração na Alemanha.
As preocupações de Moscovici foram ecoadas pelo ministro das Finanças francês, Bruno Le Maire, que falou abertamente de uma recessão na Itália em reunião dos ministros das Finanças da UE em Bucareste, que também discutirá as implicações para a enorme dívida pública da Itália provocada pela emigração de trabalhadores qualificados.
Moscovici disse que algumas estimativas mostram que a Itália pode estar em recessão neste ano. "Esses são números que precisamos acompanhar muito de perto", disse ele.
Nesta semana a Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE) projetou queda de 0,2 por cento na produção da Itália este ano.
Moscovici disse que a Comissão vai divulgar novas projeções econômicas em 7 de maio. Na estimativa de fevereiro, a Comissões previu crescimento de 0,2 por cento da Itália este ano.
Ele disse que as novas projeções da UE vão reconhecer a atual desaceleração econômica que está afetando mais Alemanha e Itália entre os 19 países da zona do euro.
O ministro das Finanças italiano, Giovanni Tria, disse que os problemas econômicos da Itália são resultado de crescimento mais fraco na Alemanha e na Europa, mas recusou-se a dar novas estimativas sobre o crescimento do país.
Em suas últimas estimativas, o governo italiano projetou uma expansão de 1 por cento neste ano, dado que foi considerado otimista demais pela maioria dos economistas.
"Precisamos ter muito cuidado com essa situação, mas não devemos ser muito alarmistas", disse Moscovici.
O ministro francês, Bruno Le Maire, expressou preocupação sobre a desaceleração da Alemanha e a recessão na Itália, dizendo que o futuro da zona do euro está em jogo se não forem definidas rapidamente reformas para reduzir divergências entre suas economias.
"Existe uma preocupação para o futuro da zona do euro se não pudermos reduzir as divergências entre as 19 economias da zona do euro", disse Le Maire a repórteres, acrescentando que um orçamento comum para o bloco facilitaria a convergência e precisa ser acordado até junho.