Por Nelson Acosta
HAVANA (Reuters) - A representante de política externa da União Europeia, Federica Mogherini, anunciou na quinta-feira que o bloco continental se converteu no primeiro sócio econômico de Cuba, e anunciou uma série de acordos de cooperação com Havana.
Mogherini, que é vice-presidente da Comissão Europeia, indicou que o acordo provisório de Diálogo Político e Cooperação posto em marcha em novembro inaugura um novo capítulo nas relações, e anunciou a assinatura de programas de colaboração em energias renováveis, agricultura sustentável e cultura no valor de 59,1 milhões de dólares.
"A UE já é o primeiro sócio comercial de Cuba. Já é o primeiro investidor e o primeiro sócio de cooperação para o desenvolvimento de Cuba", disse Mogherini ao final de sua viagem de dois dias à ilha, mas sem dar detalhes sobre as cifras.
Durante anos a Venezuela e a China foram os maiores sócios comerciais do país caribenho.
Mogherini se reuniu na quinta-feira com o ministro das Relações Exteriores cubano, Bruno Rodríguez, para impulsionar as novas oportunidades de negócios "por cima das diferenças" e adiantou que "estamos trabalhando para formalizar o diálogo sobre direitos humanos... por que há diferenças em nossas respectivas visões".
Ainda na quinta-feira a televisão estatal cubana noticiou que o presidente cubano, Raúl Castro, recebeu Mogherini antes do retorno da diplomata a Bruxelas.
Quando os EUA empreenderam a reaproximação com Cuba em 2015 e 2016, a UE decidiu suspender todas as sanções e negociou um acordo de cooperação com Havana.
A diplomata lamentou que "os Estados Unidos tenham mudado de rumo político com Cuba" após uma reaproximação frágil no final de 2014 concretizada pelo ex-presidente democrata Barack Obama.
A visita de Mogherini contrasta com o retrocesso nas relações entre Cuba e os EUA, resultante do fato de o presidente norte-americano, Donald Trump, ter revertido parte do reatamento entre os antigos inimigos da Guerra Fria.
(Reportagem adicional de Marc Frank)