SÃO PAULO (Reuters) - A indústria de cimento no Brasil reduziu ritmo de queda nas vendas no ano passado e estima para este ano crescimento de 1 a 2 por cento em meio às expectativas de avanço do PIB, redução de desemprego e melhora no crédito para construção de moradias.
As vendas do setor em 2017 caíram 6,4 por cento, para 53,8 milhões de toneladas, o terceiro ano seguido de retração de uma indústria que tem capacidade instalada de cerca de 100 milhões de toneladas.
"Observamos uma sensível melhora nos últimos meses, o que levou a uma redução significativa do tombo anual. Em 2016, a indústria do cimento registrou uma queda de 11,5 por cento no consumo", disse em comunicado à imprensa o presidente da associação que reúne fabricantes do insumo no país, Snic, Paulo Camillo Penna.
Apesar da expectativa de crescimento das vendas neste ano, o desempenho não será suficiente para reverter a queda de 24 por cento sofrida pelo setor nos últimos três anos, segundo a entidade.
Considerando apenas dezembro, a venda de cimento no país caiu 6,4 por cento sobre um ano antes, para 4,05 milhões de toneladas, pressionada por recuo em todas as regiões do país, em especial no Nordeste, onde a queda registrada foi de 13,5 por cento.
O Nordeste também é destaque de queda no acumulado de 2017, apresentando retração de 11 por cento nas vendas de cimento, para 11,5 milhões de toneladas. O Norte teve recuo de 10 por cento no ano, a 2,76 milhões de toneladas, enquanto as vendas no Sudeste caíram 4,7 por cento, no Sul houve baixa de 4,5 por cento e no Centro-Oeste as vendas diminuíram 5,3 por cento no ano passado.
A exportação, que representa uma fração do volume negociado pelo setor, também caiu em 2017, recuando 71 por cento, para 46 mil toneladas.
(Por Alberto Alerigi Jr.)