Brasília, 30 mai (EFE).- O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva criticou nesta quarta-feira as medidas expansionistas da União Europeia (UE) e avaliou que o bloco deveria "gastar menos com bancos e ajudar mais os pobres", como ele diz ter feito durante suas duas gestões, entre 2003 a 2011.
Lula discursou no Fórum Ministerial de Desenvolvimento, realizado em Brasília, e assegurou que a Europa vive uma crise "mais política" que econômica ou financeira.
Em sua opinião, "falta decisão política" à maioria dos líderes europeus para encarar uma crise que pode ser solucionada com mais investimentos em desenvolvimento social e medidas para incentivar o consumo interno.
O ex-mandatário afirmou que o "erro" dos políticos europeus é "cuidar dos banqueiros em vez de cuidar do povo", e por isso recomendou "gastar menos com bancos e ajudar mais os pobres".
Segundo Lula, essa foi a receita aplicada com sucesso durante suas duas gestões, nas quais promoveu um "novo paradigma" de desenvolvimento social.
"Provamos que é possível aumentar o salário mínimo sem provocar inflação, que é possível fazer transferência de renda sem inflação e que é possível a combinação perfeita entre o crescimento das exportações e o crescimento do mercado interno", avaliou.
Lula insistiu que "o cuidado com que tratou os pobres impulsionou a economia brasileira" e permitiu que cerca de 40 milhões de pessoas saíssem da pobreza para entrar na classe média.
O ex-presidente também disse que, na época, "os críticos dos programas sociais não perceberam que o país inaugurava um novo modelo de desenvolvimento", que agora é aprofundado, em sua opinião, por sua sucessora, Dilma Rousseff.
Durante seu discurso no Fórum Ministerial, Lula não fez nenhuma alusão direta à polêmica com o ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal, que o acusou de tentar pressioná-lo para que adiasse o julgamento do mensalão. EFE