Por Douglas Busvine e Denis Pinchuk
GOA, Índia (Reuters) - O primeiro-ministro da Índia, Narenda Modri, classificou o Paquistão como a "nave-mãe do terrorismo" durante encontro do Brics neste domingo, testando a coesão do grupo que tem um membro, a China, como aliado próximo do arquirrival da Índia.
Os comentários de Modi no encontro de líderes do Brics -que inclui Brasil, Rússia, China e África do Sul- são uma tentativa de isolar ainda mais o Paquistão, que a Índia acusa de patrocinar terrorismo na fronteira entre os dois países.
A tensão entre os vizinhos, ambos com armas nucleares, vem aumentando desde o ataque do último dia 18 de setembro em uma base armada na Caxemira, perto da fronteira com o Paquistão, matando 19 soldados indianos no que foi o pior ataque em 14 anos.
A Índia admitiu que conduziu alguns "ataques cirúrgicos" em retaliação na fronteira, causando baixas significativas. O Paquistão negou qualquer participação no ataque da base de Uri, e afirmou que a operação indiana sequer foi realizada, classificando os ataques como troca de tiros "típica" da região fronteiriça.
"Em nossa região, o terrorismo representa uma grave ameaça à paz, à segurança e ao desenvolvimento", disse Modi em comentários diante dos líderes do Brics que se encontraram em Goa, na Índia.
"Tragicamente, a nave-mãe do terrorismo é um país que é vizinho da Índia", disse mais tarde em uma série de tweets o primeiro-ministro, de 66 anos de idade, sem citar o Paquistão diretamente.
O Paquistão acusa Modi de enganar seus parceiros do Brics e de procurar esconder o que considera uma verdadeira brutalidade da Índia na parte da Caxemira que controla, e onde dezenas de pessoas já morreram desde que começaram protestos dos separatistas em julho.
"As pessoas da Caxemira ocupada pela Índia estão sendo submetidas a genocídio pela Índia, ao tentarem lutar por seus direitos fundamentais", disse Sartaj Aziz, assessor de política externa do primeiro-ministro paquistanês, Nawaz Sarif.
Os comentários hostis de Modi não se refletiram no comunicado oficial de encerramento do encontro que ele emitiu à imprensa, e sim procurou mostrar suas credenciais na questão da segurança nacional.