HOUSTON (Reuters) - A expectativa de alguns traders de petróleo e corretores de que a expansão do Canal do Panamá se torne uma nova rota para grandes navios petroleiros vai levar mais do que o esperado para se concretizar, uma vez que muitos navios devem primeiro passar por reformas inconvenientes para transitar pelas novas eclusas, disseram especialistas da indústria transporte marítimo.
A modificações para esses grandes navios petroleiros —que envolvem principalmente ajustes em hastes de amarração para os cabos de reboque— são necessárias porque as novas eclusas que abriram em junho usam rebocadores ao invés de locomotivas para puxar as embarcações.
Enquanto apenas uma fração das embarcações que antes transitavam pelo Panamá transportava petróleo, a expansão do canal chamou a atenção de operadores que esperam ganhar acesso mais rápido e barato para mercados internacionais com petroleiros maiores. Mas mesmo se a maioria destes navios agora cabem nas novas eclusas, muitos não tem o equipamento necessário para atracação no canal expandido.
Embora os novos padrões tenham sido publicados antes da abertura do canal, as adaptações exigidas ocorrem em um momento em que o setor de embarcações já enfrenta estresse financeiro, adicionando outro motivo de preocupação para uma abertura assolada por derrapagens de custos e diversos incidentes nos quais navios arranharam as paredes dos novos canais em meio a preocupações sobre seu design.
Há mais de 900 petroleiros Aframax na frota global e cerca de 500 navios Suezmax, de acordo com especialistas, que estimam que cerca de metade a três quatros das embarcações, especialmente as construídas antes de 2015, precisariam de reformas para passar pelo novo canal.
(Por Liz Hampton)