SÃO PAULO (Reuters) - O abate de bovinos do Brasil atingiu no segundo trimestre seu pior patamar para o período desde 2011, enquanto o volume abatido de cabeças de suínos registrou recorde para a série histórica iniciada em 1997, mostraram dados do IBGE nesta sexta-feira.
Dando sequência a uma estratégia de retenção de fêmeas, foram abatidas 7,08 milhões de cabeças de bovinos entre abril e junho, recuo de 4,4% ante igual período de 2020, disse em nota o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Do total, apenas 2,59 milhões foram matrizes.
Em relação ao trimestre anterior, houve um aumento de 7,4%, que gerou alguma melhora na oferta de gado para o mercado da pecuária, mas ainda insuficiente para arrefecer as cotações da arroba.
"Os preços médios da arroba bovina e do bezerro mantiveram-se em patamares elevados e o volume de carne bovina in natura exportada foi o segundo maior obtido em um 2º trimestre, considerando a série histórica da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), com recorde para o mês de abril (125,50 mil toneladas)", ressaltou o IBGE.
Mato Grosso continua liderando o abate de bovinos, com 15,7% da participação nacional, e das 27 unidades federativas, 21 tiveram redução no volume de gado abatido no trimestre em relação ao mesmo intervalo do ano passado.
Já no segmento de suínos, os abates atingiram a máxima histórica de 13,04 milhões de cabeças no segundo trimestre, alta de 7,6% no comparativo anual e de 2,9% na variação trimestral.
"O resultado recorde das exportações de carne suína in natura, com o pico em junho, ajudou nesse cenário", disse o comunicado do instituto.
O IBGE também afirmou que o desempenho foi impulsionado por altas nos abates de suínos em 18 unidades federativas, com destaque para a região Sul, que mantém os três principais Estados produtores. Santa Catarina lidera com 28,5% da participação nacional, seguida por Paraná (20,5%) e Rio Grande do Sul (17,5%).
Ainda de acordo com o IBGE, no segundo trimestre deste ano foram abatidas 1,52 bilhão de cabeças de frangos, avanço de 7,8% em comparação com o mesmo período de 2020.
Apesar de uma queda de 3% ante o primeiro trimestre de 2021, a quantidade apresentou o melhor segundo trimestre desde 1997, quando a pesquisa foi iniciada.
"O desempenho das exportações de carne de frango influenciou positivamente o resultado, já que alcançaram o melhor patamar desde o terceiro trimestre de 2018."
(Por Lais Morais)