O presidente da Associação Brasileira de Comércio Exterior (Abracex), Primo Roberto Segatto, fez chegar ao alto escalão do governo a sua demanda de décadas pela desoneração total das importações de máquinas e equipamentos usados e seminovos dos países industrialmente desenvolvidos. No dia 11 de setembro, ele e a diretoria da entidade se reuniram com o ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) e o presidente em exercício, Geraldo Alckmin, no gabinete da Presidência da República, em Brasília.
A Alckmin, que ao receber a delegação da Abracex tinha ao seu lado a secretária de Comércio Exterior do MDIC, Tatiana Prazeres, e a secretária-executiva da Câmara de Comércio Exterior (Camex), Marcela de Carvalho, Segatto expôs que apenas 2% da indústria têm maquinários com idade média abaixo de dois anos e que 30% têm máquinas e equipamentos com idade superior a 40 anos.
O pleito da Abracex é visto como polêmico e enfrenta forte resistência da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), entidade que congrega as fábricas destes maquinários, mas encontra respaldo em um levantamento da Confederação Nacional da Indústria (CNI) mostrando que as máquinas e equipamentos industriais brasileiros possuem, em média, 14 anos, e 38% já ultrapassaram a idade sinalizada pelo fabricante como ciclo de vida ideal.
"Dissemos ao presidente Alckmin que há equipamentos de 3 a 8 anos lá fora com valores de 30% a 20% mais baixos que os preços de novos. É verdade que estes equipamentos não são zero, mas ajudariam muito a aumentar a produtividade da nossa indústria", disse Segatto ao Broadcast.
Alckmin, segundo relatou o próprio Segatto, orientou a Abracex a fazer uma reunião com o Conselho Nacional de Desenvolvimento da Indústria (CNDI) para tratar do assunto. O encontro ainda não foi agendado, mas a entidade já está tratando de marcar o dia e a hora para esta conversa.