SÃO PAULO (Reuters) -O vice-presidente e ministro da Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, confirmou nesta sexta-feira o fim do programa do governo federal de incentivo à compra de veículos, afirmando que a iniciativa foi "um sucesso".
Em entrevista coletiva em Brasília, Alckmin disse que o caminho agora para estimular o setor automobilístico é aumentar a renda da população, a competitividade do país e reduzir o chamado custo Brasil.
"O programa encerra com os 800 milhões (de reais em créditos tributários). Até 500 (milhões de reais) foi pessoa física, de 500 (milhões de reais) a 800 (milhões de reais) foi pessoa física e jurídica e encerra", afirmou.
O ministro e vice-presidente aproveitou para elogiar a aprovação da reforma tributária na Câmara dos Deputados, que deve concluir a análise de destaques ao texto em segundo turno nesta sexta, e disse que o caminho para estimular o setor agora é outro.
"Nós temos consciência que o caminho é melhorar a renda da população, melhorar emprego e melhorar competitividade, reduzir custo Brasil. Agora, você tem momentos excepcionais em que você faz uma ajuda", disse.
Mais cedo, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse a jornalistas que não havia espaço fiscal para colocar mais recursos no programa.
O governo anunciou no início de junho o programa de incentivo à compra de veículos, inicialmente com créditos tributários de 500 milhões de reais que resultariam em descontos nos preços pagos pelos consumidores em carros de até 120 mil reais. Posteriormente o montante foi ampliado em mais 300 milhões de reais.
Segundo Alckmin, nove montadoras participaram do programa e, somente para pessoas físicas, foram vendidos 95 mil veículos.
"Tivemos casos de carros, alguns modelos, a venda aumentou 236%", disse o vice-presidente, acrescentando que o programa também impulsionou a venda de veículos acima de 120 mil reais, não englobados pelo benefício, pois despertou o interesse dos consumidores.
Além do aumento nas vendas, a queda nos preços dos veículos também impactou na inflação medida pelo Índice Geral de Preços – Disponibilidade Interna (IGP-DI), da Fundação Getulio Vargas (FGV), que caiu 1,45% em junho. De acordo com André Braz, coordenador dos índices de preços da FGV, a queda de 5,47% nos preços dos veículos zero quilômetro abriu espaço para que os preços ao consumidor recuassem em média 0,10%.
(Por Eduardo SimõesEdição de Luana Maria Benedito e Pedro Fonseca)