Por Joseph Nasr e Christian Kraemer
BERLIM (Reuters) - A Alemanha poderia suportar um embargo da União Europeia às importações de petróleo russo até o final deste ano, mesmo que uma paralisação possa resultar em escassez, disse o ministro da Economia, Robert Habeck, nesta segunda-feira, parecendo apoiar a proibição.
Dois diplomatas da União Europeia disseram no fim de semana que o bloco está inclinado a uma proibição até o final do ano como parte de um sexto pacote de sanções contra a Rússia por sua invasão da Ucrânia. Os ministros de energia da UE discutirão a proposta em Bruxelas ainda nesta segunda-feira.
"Conseguimos chegar a uma situação em que a Alemanha é capaz de suportar um embargo de petróleo", disse Habeck, do Partido Verde, em entrevista coletiva.
O ministro das Finanças, Christian Lindner, foi ainda mais longe, dizendo a uma emissora alemã que a economia alemã seria capaz de tolerar uma proibição imediata.
"Com carvão e petróleo, é possível renunciar às importações russas agora", disse Lindner, do Free Democrats (FDP), ao WELT. "Não se pode descartar que os preços dos combustíveis possam subir."
O governo do chanceler Olaf Scholz está sob pressão para reduzir a dependência da Alemanha dos combustíveis fósseis russos. Ele foi acusado de falta de liderança após sua resistência inicial em fornecer armas pesadas à Ucrânia.
No mês passado, a Alemanha reduziu a participação do petróleo russo para 25% do total de importações, de 35% antes da invasão.
Habeck disse que o principal desafio para a Alemanha é encontrar entregas alternativas de petróleo para uma refinaria em Schwedt operada pela estatal russa Rosneft, que abastece as regiões da Alemanha Oriental, bem como a área metropolitana de Berlim.
Essas áreas podem enfrentar escassez de oferta no caso de um embargo da UE se a Alemanha não puder garantir importações alternativas de petróleo até o final do ano, disse Habeck.
"Ainda não temos solução para a refinaria em Schwedt", disse Habeck. "Não podemos garantir que o fornecimento será contínuo. Com certeza haverá aumentos de preços e algumas interrupções. Mas isso não significa que entraremos em uma crise do petróleo."