Por Hannibal Hanschke
HALLE, Alemanha (Reuters) - Os alemães precisam se unir contra a violência extremista e proteger os judeus, disse o presidente Frank-Walter Steinmeier nesta quinta-feira, depois de visitar uma sinagoga onde um homem armado iniciou um ataque na véspera em que matou duas pessoas.
Embora o atirador não tenha entrado na sinagoga na quarta-feira, matou dois transeuntes durante o ataque e o transmitiu ao vivo, parecendo copiar um atentado a arma contra uma mesquita da Nova Zelândia no ano passado.
Uma fonte militar disse que o suposto perpetrador, o cidadão alemão Stephan B., prestou serviço militar, mas não recebeu nenhum treinamento especial. As leis de privacidade alemãs proíbem que se publique seu nome completo.
"Hoje é um dia de vergonha e desgraça", disse Steinmeier diante da sinagoga de Halle, cidade do leste da Alemanha.
"Deixa-nos repletos de horror que um ataque tenha acontecido em nosso país, um país com esta história, em uma sinagoga cheia no principal dia de comemoração judeu", acrescentou.
Em um vídeo de mais de 30 minutos que o agressor transmitiu ao vivo com uma câmera de capacete, é possível ouvi-lo praguejando por não conseguir entrar na sinagoga antes de matar a tiros uma mulher que passava pela rua e um homem dentro de um restaurante de kebab próximo.
Duas outras pessoas ficaram feridas, mas a emissora regional MDR disse que seu estado não é grave.
Segundo a mídia alemã, investigadores revistaram a casa do agressor. A MDR noticiou que ele mora com a mãe em Benndorf, a oeste de Halle. "Ele planejou matar pessoas", disse um investigador, segundo uma citação da emissora
A maioria das instituições judias das grandes cidades da Alemanha tem uma presença policial quase permanente devido aos ataques antissemitas ocasionais de ativistas de extrema-direita e de militantes islâmicos.
Josef Schuster, presidente do conselho da comunidade judia alemã, criticou a polícia por não estar posicionada diante da sinagoga, que foi atacada enquanto dezenas rezavam em seu interior.
"Se a polícia estivesse posicionada diante da sinagoga, este homem poderia ter sido desarmado antes de poder atacar os outros", disse Schuster à rádio pública Deutschlandfunk.
(Reportagem adicional de Thomas Escritt, Sabine Siebold e Michelle Martin)