FRANKFURT (Reuters) - A Alemanha proibiu exportação de armas à Turquia após o ataque do país ao grupo curdo YPG na Síria, disse uma porta-voz do Ministério de Relações Exteriores neste sábado.
A Turquia lançou uma operação militar na quarta-feira, após o presidente americano Donald Trump retirar algumas tropas americanas que estavam apoiando as forças curdas na luta contra o Estado Islâmico.
Os Estados Unidos e a União Europeia já alertaram a Turquia sobre possíveis sanções por causa da ofensiva.
"No contexto da ofensiva militar turca o governo federal não emitirá nenhuma nova licença para qualquer equipamento militar que possa ser usado pela Turquia na Síria", disse o ministro alemão das Relações Exteriores, Heiko Maas, segundo a porta-voz.
O comentário confirmou uma reportagem do jornal semanal Bild Am Sonntag.
O ministro das Relações Exteriores da Turquia, Mevlüt Cavusoglu, afirmou que seu país estava indiferente a proibições e embargos.
"Não importa o que ninguém faça, não importa se é um embargo de armas ou algo mais, isso apenas nos fortalece”, disse à emissora de rádio alemã Deutsche Welle, depois da publicação das afirmações de Maas.
"Mesmo se nossos aliados apoiarem a organização terrorista, mesmo se ficarmos sozinhos, mesmo se um embargo for imposto, não importa o que façam, nossa luta é contra a organização terrorista", disse Cavusoglu.
A Alemanha exportou armas no valor de 243 milhões de euros (aproximadamente R$ 1,1 bilhão) à Turquia em 2018, equivalente a quase um terço de suas exportações de armas, segundo o Bild Am Sonntag.
Nos primeiros quatro meses de 2019, a Turquia foi o mais que mais recebeu armas da Alemanha, no valor total de 184 milhões de euros (R$ 834 milhões), disse o jornal.
A ministra da Defesa, Annegret Kramp-Karrenbauer, afirmou na sexta-feira que a Alemanha esperava que todos os aliados da OTAN - que incluem a Turquia - contribuíssem para estabilizar a região.
(Reportagem de Arno Schuetze)