Por Dave Sherwood
HAVANA (Reuters) - Cuba, um aliado próximo da Rússia, criticou duramente os Estados Unidos por impor "a expansão progressiva da Otan em direção às fronteiras da Federação Russa" e apelou para uma solução diplomática para preservar a paz internacional.
Uma das piores crises na Europa em décadas se desenrolava após o presidente russo, Vladimir Putin, ordenar o envio de tropas a duas regiões separatistas no leste da Ucrânia depois de reconhecê-las como independentes, provocando a imposição de novas sanções à Rússia por nações ocidentais, incluindo os Estados Unidos.
Em uma declaração no final da terça-feira, o Ministério das Relações Exteriores de Cuba disse que os Estados Unidos, o rival de longa data de Havana, tinha aumentado as ameaças contra Putin, agravando a crise. A declaração cubana não mencionava especificamente os avanços russos nas regiões separatistas do leste da Ucrânia.
"O governo americano vem ameaçando a Rússia há semanas e manipulando a comunidade internacional sobre os perigos de uma 'iminente invasão maciça' da Ucrânia", disse a declaração cubana. "Ele forneceu armas e tecnologia militar, enviou tropas para vários países da região, aplicou sanções unilaterais e injustas, e ameaçou com outras represálias", afirmou.
Cuba, dirigida pelos comunistas há décadas, tem sido aliada da Rússia e da União Soviética antes disso, com estreitos laços econômicos.
A declaração de Cuba veio poucas horas depois que a Rússia concordou em adiar o pagamento da dívida que lhe era devida por Cuba até 2027. O Ministério das Relações Exteriores de Cuba disse na semana passada que os dois países aprofundariam os laços e explorariam a colaboração nos setores de transporte, energia, indústria e bancos após a visita do vice-primeiro-ministro russo, Yuri Borisov.
A declaração cubana de terça-feira pediu por um "diálogo construtivo e respeitoso", e acrescentou que ele é necessário para resolver a crise da Ucrânia.
"Fazemos um apelo aos Estados Unidos e à Otan para que abordem de forma séria e realista as bem fundamentadas reivindicações de garantias de segurança da Federação Russa, que tem o direito de se defender", diz a declaração.
"A determinação dos Estados Unidos em impor a expansão progressiva da Otan em direção às fronteiras da Federação Russa constitui uma ameaça à segurança nacional deste país e à paz regional e internacional", acrescentou.