Agência Brasil - O Custo de Vida por Classe Social (CVCS) na região metropolitana de São Paulo aumentou 1,06% em julho, aponta indicador da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP). O percentual é a maior variação para o mês desde 2011, quando o levantamento começou a ser feito. A alta foi puxada pelo grupo transporte, especialmente pelo preço das passagens aéreas, que tiveram aumento de 42,67%. No grupo habitação, a energia elétrica subiu 12,45% em julho, acumulando 26,25% em 12 meses. De acordo com a FecomercioSP, o aumento da tarifa de energia elétrica já era aguardado diante do uso das termelétricas por causa do baixo nível dos reservatórios de água. Já a alta no preço das passagens aéreas foi associada ao aumento da demanda nas férias escolares. Para a Fecomercio SP, entretanto, o preço das passagens não deve continuar pressionado nos próximos meses.
Mais pobres
Segundo a entidade, a classe E é o segmento que mais sente a alta do custo de vida. Enquanto, entre os mais pobres, a variação é de 1,49%, para a classe A, fica em 0,70%. O aumento médio do preço dos combustíveis, por exemplo, foi de 4,21%. “Isto é quase três vezes a variação para a classe A, de 1,47%”, diz a FecomercioSP.
Já o grupo dos alimentos trouxe alívio para quem vive na região metropolitana de São Paulo, com variação negativa de 0,54%. No acumulado de 12 meses, no entanto, o grupo tem alta de 10,86%.
Para a classe mais alta, o peso desse grupo é menor, com alta de 9%. Para as famílias da classe E, o acumulado chega a 14,36%. O preço das carnes, por exemplo, subiu 34,68% nos últimos 12 meses, apesar de ter tido leve acréscimo de 0,12% em julho.
“A previsão da FecomercioSP é que a pressão nos preços continue por causa da questão climática, que vai afetar a produção de energia. Além disso, há a alta das commodities [produtos primários com cotação no mercado internacional], que impacta custos e preços dos alimentos e dos combustíveis”, diz nota divulgada pela entidade.
Metodologia
O CVCS é formado pelo Índice de Preços de Serviços (IPS) e pelo Índice de Preços do Varejo (IPV), com uso de informações da Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Os dados abrangem qs cinco faixas de renda familiar (A, B, C, D e E) para avaliar os efeitos da alta de preços na Grande São Paulo em 247 itens de consumo.
De acordo com a FecomercioSP, o IPV e o IPS indicam que a inflação está concentrada nos produtos. O índice de varejo subiu 1,6% em julho. O indicador de preços dos serviços, por sua vez, avançou 0,55%. O IPV acumula alta de 14,85% em 12 meses, e O IPS, de 3,85%.