Por Joe Cash
PEQUIM (Reuters) - A pressão sobre as importações e exportações da China aumentará de forma significativa este ano, disse o ministro do Comércio chinês, Wang Wentao, em entrevista coletiva nesta quinta-feira, três dias antes da reunião anual do Parlamento.
O risco de uma recessão global está crescendo, o ambiente externo da China apresenta sérios desafios e há um risco maior de enfraquecimento da demanda externa, acrescentou.
As exportações comerciais da China caíram acentuadamente em dezembro, com contração de 9,9% em relação ao ano anterior, estendendo-se a uma queda de 8,7% em novembro, de acordo com dados oficiais do Escritório Nacional de Estatísticas.
Wang reconheceu que algumas empresas estrangeiras estão considerando investir em outros lugares além da China, mas descreveu isso como "uma fase especial", acrescentando que "no longo prazo, o mercado da China continua sendo uma 'obrigação' em vez de uma 'opção'".
A Câmara Norte-Americana de Comércio na China divulgou na quarta-feira sua pesquisa anual de confiança empresarial, na qual a maioria das empresas disse que a China não é mais vista como "uma das três principais prioridades de investimento", pela primeira vez nos 25 anos de história da pesquisa.
O vice-ministro do Comércio da China, Chen Chunjiang, abordou as relações comerciais com os Estados Unidos, reiterando que "a China está disposta a realizar consultas francas com os EUA para reduzir as restrições ao comércio e investimento bilaterais", em resposta a uma pergunta sobre o estado das relações comerciais da China com os EUA.
As exportação da China para os EUA encolheram 19,5% em dezembro, de acordo com cálculos da Reuters com base em dados oficiais, refletindo a demanda vacilante.
A China e os EUA "precisam criar um ambiente comercial e econômico estável e previsível para aumentar a confiança e a cooperação comercial", acrescentou Chen.
(Reportagem de Shen Yan e Joe Cash)
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