A Anfavea (Associação Nacional de Fabricantes de Veículos Automotores) informou nesta 6ª feira (6.out.2023) que reajustou suas estimativas de exportação para 2023.
A associação projeta que, até o final do ano, cerca de 420 mil veículos produzidos no Brasil serão comercializados no exterior, uma queda de 12,7% em comparação a 2022. No início do ano, a expectativa era exportar 467 mil unidades, 2,9% a menos em relação a 2022. Eis a íntegra da apresentação dos resultados do setor em setembro (PDF – 6 MB).
Em conversa com jornalistas, o presidente da associação, Márcio de Lima Leite, afirmou que aumentar as exportações é o principal desafio do setor. O executivo explicou que a queda na comercialização prejudica todo o segmento automotivo e puxa para baixo tanto a produção das fábricas quanto a criação de empregos diretos e indiretos.
“É uma situação que hoje preocupa o setor automotivo. Isso se reflete diretamente na produção. Se o setor tivesse mantido uma constância das exportações como no ano passado, certamente teria sido um alívio para nossas fábricas e para a produção e geração de emprego”, disse Leite.
Segundo ele, a queda nas exportações é causada pela desaceleração nos mercados dos países vizinhos. A Colômbia e o Chile apresentaram uma queda de 32% e 16% na demanda de automóveis no acumulado do ano.
Além dessa desaceleração geral nos mercados, Leite destacou que o Brasil tem perdido espaço nos países sul-americanos. Ele citou a Colômbia novamente, dessa vez como um exemplo de país que implementou cotas de restrições a produtos brasileiros no seu mercado interno.
Para driblar essas políticas, o executivo disse que o governo brasileiro precisa fortalecer e costurar novos acordos bilaterais com seus vizinhos para que o setor automotivo brasileiro retome o protagonismo nesses mercados.
“Precisamos ampliar acordos com esses países para que o Brasil mantenha uma forte presença e competitividade dentro do seu quintal, dos seus países vizinhos”, afirmou. Leite também mencionou a queda na exportação para a Argentina, mas minimizou esse recuo e o definiu como um efeito da apreensão do país frente às eleições presidenciais que serão realizadas ao final de outubro.
A Anfavea também reduziu sua projeção de produção de veículos para 2023. Agora, a estimativa é fabricar 2,37 milhões de unidades até dezembro. Em janeiro, a previsão era de produzir 2,42 milhões de veículos.
Por outro lado, a projeção para o acumulado de vendas até o final do ano aumentou. No início de 2023, a associação estimava um volume de vendas de 2,17 milhões, um crescimento de 3% ante 2022, mas a nova previsão aponta para um aumento de 6% em comparação ao ano passado, totalizando 2,23 milhões de veículos vendidos.