Por Nathan Layne e Jonathan Allen
MCCONNELLSBURG, EUA (Reuters) - Milhões de norte-americanos votarão nesta terça-feira em uma eleição como nenhuma outra, diante da ameaça da Covid-19 e o potencial de volência e intimidação depois de uma das campanhas presidenciais mais polarizadas da história dos Estados Unidos.
Dentro e nos arredores dos locais de votação ao redor do país, lembranças de uma campanha marcada pela pandemia, tumultos civis e polarização política receberão os eleitores, embora mais de 90 milhões de votos já tenham sido depositados em uma onda sem precedentes de votação antecipada.
Muitos usarão máscaras nos locais de votação --seja por escolha ou por determinação das autoridades-- em meio ao crescimento da epidemia de coronavírus em várias partes do país.
Alguns eleitores verão estabelecimentos comerciais protegidos por barreiras como uma precaução contra a possibilidade de vandalismo com motivação política, em uma visão atípica para um dia de eleição nos EUA, onde a votação geralmente é pacífica na era moderna.
As tensões na eleição presidencial deste ano estavam no ar na segunda-feira na sessão de armamentos da loja Buchanan Trail Sporters na cidade de McConnellsburg, no Estado da Pensilvânia.
"Não importa quem vença, eles têm a sensação de que haverá algum tumulto civil", disse Sally Hoover, coproprietária da loja enquanto vários clientes analisavam armas e munições.
Hoover apoia o presidente republicano Donald Trump, que busca a reeleição contra i democrata Joe Biden, ex-vice-presidente que aparece à frente nas pesquisas.
"Essas pessoas aqui não vão procurar por briga", disse Hoover. "Mas se a briga vier na direção delas, elas vão defender sua propriedade e modo de vida."
A União Americana pelas Liberdades Civis (ACLU) e outros grupos de direitos civis disseram que estarão atentos a casos de intimidação e eleitores.
A afiliada da ACLU na Geórgia enviou cerca de 300 advogados para o Estado e apontou 50 potenciais "focos" de problemas de votação nesta terça, incluido 15 seções eleitorais em Atlanta.
"Temos observadores eleitorais que estão atentos a qualquer intimidação de eleitor", disse a diretora-executiva da ACLU na Geórgia, Andrea Young, a jornalistas. "Não sabemos exatamente o que vai acontecer, mas queremos estar o mais preparados possível."