FRANKFURT (Reuters) - Cortar as emissões líquidas que causam o aquecimento do planeta a "zero" até 2050 pode elevar o crescimento econômico e o emprego, mas exigiria um preço de 160 dólares por tonelada do carbono até o final da década, disse um grupo que reúne os principais bancos centrais do mundo nesta segunda-feira.
Enfrentando pedidos de ação com seu vasto poder de fogo financeiro, os bancos centrais estão agora contemplando opções para combater as mudanças climáticas e contam com análises profundas de sua "Rede para tornar o sistema financeiro mais verde" (NGFS, na sigla em inglês) para ajudar em suas deliberações.
Em uma atualização de seus cenários econômicos, a NGFS concluiu que apenas uma transição relativamente rápida e ordenada para uma economia de baixo carbono aumentará o crescimento, enquanto uma transição atrasada ou nenhuma ação afetaria profundamente a economia.
"Se essas mudanças ocorrerem de maneira ordenada, os cenários sugerem que isso pode levar a algum aumento no PIB global e diminuir o desemprego em relação às tendências anteriores", disse a NGFS.
"Se a transição falhar, a análise dos cenários da NGFS sugere que até 13% do PIB global estará em risco no final do século, mesmo antes de contabilizar as consequências potenciais de eventos climáticos severos", acrescentou.
Mas para chegar a uma emissão líquida zero até 2050, um preço do carbono de 160 dólares por tonelada - ou "preço sombra" equivalente - precisaria ser introduzido de forma progressiva até o final da década, o que aumentará a inflação e também o desemprego em alguns países com indústrias de uso intensivo de energia.
"Os juros de longo prazo tendem a aumentar nos cenários de transição, refletindo a pressão inflacionária criada pelos preços do carbono, bem como o aumento da demanda de investimentos que a transição impulsiona", acrescentou o relatório.
Embora uma ação atrasada mantenha os juros de longo prazo fracos na próxima década, eles provavelmente subiriam acentuadamente nas décadas seguintes, ultrapassando o aumento em um cenário de emissão líquida zero, concluiu o relatório.
(Por Balazs Koranyi)